Estudantes do SESI transformam casca de marisco em telhas para a construção civil

A iniciativa do SESI de Maceió busca resolver um problema antigo da comunidade que são os rejeitos do sururu. Além do molusco, o projeto também utiliza garrafas pet

Estudantes do SESI se uniram à comunidade e criaram o Ecosururu

A comunidade que vive na região de Laguna, na cidade de Maceió, se acostumou a conviver com um problema antigo: cascas e mais cascas do molusco sururu que se acumulavam no chão, causando problemas ambientais e sanitários. Marisco comum na região, o sururu é muito utilizado na culinária alagoana e, por isso, a pesca e venda são atividades que movem a economia local. Mas, os efeitos colaterais começaram a incomodar a população, especialmente porque o grande volume de cascas começou a se acumular, entupindo calhas e criando focos potenciais de doenças como a dengue. 

A escola SESI Cambona, que fica muito próxima à região do sururu, resolveu, então, se unir à comunidade em busca de uma solução para o problema. Foi aí que um grupo de estudantes, capitaneados pela professora de Geografia, Paula Renata Pereira dos Santos, criou o projeto EcoSururu. O objetivo utiliza a casca do sururu triturada na fabricação de telhas para a construção civil. 

Além do sururu, o projeto prevê na mistura material de garrafas pet, outro produto que também se acumula e causa danos ao meio ambiente. O projeto deu tão certo que venceu um concurso feito pela prefeitura de Maceió. “Com os recursos que obtivemos nesse concurso, tivemos condições de dar continuidade ao projeto, agora, em fase final de produção do nosso primeiro protótipo”, comemora a professora. 

“Percebo meus alunos muito mais compromissados com o processo de ensino e aprendizagem. Eles desenvolveram um outro olhar com relação à pesquisa, não mais só Google, hoje, eles sabem valoriza a importância de artigos e bibliografias confiáveis”, finaliza.

Sururu: o rejeito que virou telhado

ECOSURURU - Iniciado em 2017, o projeto EcoSururu passou por uma série de estudos, na qual os estudantes analisaram a viabilidade do produto. Depois de ganhar a premiação da prefeitura de Maceió, o grupo passou para a etapa final que consiste em adquirir materiais e firmar parcerias com empresas de telhas locais, que possam testar a eficácia do produto.

Mesmo antes desta etapa ser concluída, o projeto EcoSururu já é considerado um sucesso, principalmente, por ter levantado um tema importante para a cidade, unindo escola, governo e comunidade em busca de uma saída. “Nós não estamos sozinhos, todos se uniram em torno do desafio”, conta a professora.

O estudante da escola Serviço Social da Indústria (SESI) Industrial Abelardo Lopes, Gabriel Gomes, 17 anos, está no projeto desde o 1º ano do ensino médio (hoje, ele já está no 3º ano). Ele fala com entusiasmo sobre o projeto, que deu nova perspectiva ao jovem. “Pra mim, é uma alegria e um orgulho a gente conseguir transformar um produto que seria descartado em algo que seja viável, e que a população possa usar”, diz. 

Prestes a concluir o ensino médio, Gabriel está cheio de ideias pro futuro. "Tenho alguns planos de faculdade em relações públicas, engenharia química ou engenharia mecânica”, afirma.

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