VÍDEO: Logística ineficiente dificulta competitividade do comércio exterior brasileiro

Excesso de taxas e outras despesas cobradas nos portos e no transporte marítimo são pouco transparentes e quase sempre abusivas. Na infraestrutura, a condição dos acessos marítimos é um dos problemas que mais atrapalha o exportador e o importador. Confira na terceira matéria da série especial Brasil Internacional

As indústrias Rossi, em Brasília, são o único braço da multinacional italiana Faac na América do Sul. A ideia da empresa era tornar a capital do país o ponto de distribuição para Argentina, Chile e Uruguai, além de levar os produtos para automatizar portões para toda a América Latina. Mas não é o que está acontecendo. A empresa exporta apenas 5% do que produz. Um dos principais entraves é a logística.

"A logística de exportação e importação efetivamente é uma preocupação. Nós pagamos três vezes menos o transporte, por exemplo, da Itália até o Brasil ou da China até o Brasil do que de São Paulo até Brasília", afirma o diretor comercial das Indústrias Rossi, Sérgio Foresta.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 847 empresas exportadoras mostra que os custos de transporte, tarifas cobradas por portos e aeroportos e dificuldades no escoamento da produção são os principais obstáculos para o comércio exterior brasileiro. Por todas essas razões, a CNI incluiu, pela primeira vez, o tema logística na Agenda Internacional da Indústria. A edição de 2017 do documento apresenta uma série de ações necessárias para inserir a indústria brasileira no mercado internacional. 

"Os exportadores e importadores enfrentam excesso de burocracia e de taxas adicionais e tarifas que se proliferam e são pouco transparentes. A solução para esses problemas passa necessariamente por mais investimentos em nossos portos, principal elo da cadeia logística, e também na solução de entraves como a omissão de embarque", destaca o especialista em Políticas e Indústria da CNI, Matheus Castro.

Este cenário cria dificuldades até para quem tenta exportar para superar a crise ou trazer insumos mais baratos de fora para reduzir o preço da mercadoria aqui dentro. É o caso da Marmoraria Mourão, também em Brasília. Sem ferrovias, consideradas mais eficientes para o transporte das placas de mármore que chegam nos portos brasileiros vindas do exterior, o jeito é utilizar caminhões, o que encarece, e muito, o valor do frete e o seguro da carga.

"Você vai descarregar mercadoria e ela pega essas rodovias muito ruins, balanças que não funcionam. Se você tivesse (boas) rodovias, um porto seco, que seria um local muito para Brasília, até para gerar bastante emprego para a gente trazer mercadoria para cá, para importação ou exportação, seria bem mais fácil pra gente", diz o proprietário da Marmoraria Mourão, Clóvis Mourão.

BRASIL INTERNACIONAL - Na próxima quinta-feira (11), confira no quarto capítulo da série Brasil Internacional reportagem sobre as barreiras impostas por outros países às exportações brasileiras.

A SÉRIE - Acompanhe abaixo cada capítulo do especial da Agência CNI de Notícias:

1ª - Série especial mostra como o Brasil pode avançar no comércio exterior
2ª - 8 acordos comerciais que precisam avançar até o fim do ano
3ª - Investimento da indústria no exterior fortalece a economia brasileira
4ª - VÍDEO: Logística ineficiente dificulta competitividade do comércio exterior brasileiro
5ª - Aumento de barreiras não-tarifárias afeta indústrias brasileiras
6ª - Burocracia no sistema de financiamento e garantias às exportações é entrave ao comércio
7ª - Facilitação do comércio exterior ainda é desafio à competitividade das exportações
8ª - 6 formas de simplificar a tributação no comércio exterior
9ª - ENTREVISTA: Antidumping não foi criado para proteger ineficiência nem improdutividade, diz Ana Caetano
10ª - 7 serviços para ajudar sua empresa a exportar

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