Os resultados dos indicadores do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 confirmam a deterioração da economia brasileira.
Elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Mapa aponta os caminhos que o país e a indústria devem seguir para alcançar o crescimento sustentado até 2022. O balanço de 2016 do Mapa mostra que dificilmente o Brasil alcançará as metas traçadas para os próximos seis anos.
"O país precisa superar a mais longa e grave recessão da sua história, que reduziu a produção e fechou milhares de empregos. Para isso, precisamos restabelecer o equilíbrio das contas públicas, acelerar as reformas, como a da Previdência e da legislação trabalhista", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Para ele, as mudanças estruturais são importantes para estabilizar a economia, restabelecer a confiança de empresários e consumidores e abrir caminho para o país crescer de forma sustentada.
O Mapa Estratégico da Indústria identifica os dez fatores-chave da competitividade brasileira, que são educação, eficiência do estado, ambiente macroeconômico, segurança jurídica e burocracia, desenvolvimento de mercados, infraestrutura, tributação, relações do trabalho, financiamento e inovação e produtividade. Para acompanhar o desempenho do país em cada um dos fatores-chave, a CNI estabeleceu metas para 45 indicadores, cuja evolução mostra se a economia brasileira está na trajetória desejada pela indústria.
De acordo com o último balanço do Mapa, entre esses 45 indicadores acompanhados pela CNI, 26 estão distantes das metas, 15 convergem para as metas em ritmo menor que o desejado e apenas quatro mantêm uma trajetória compatível com os objetivos traçados para 2022. "Em 2016, aumenta o número de indicadores com trajetória incompatível com o cumprimento das metas", avalia a CNI.
Conforme o último balanço do Mapa, os três indicadores do fator-chave ambiente macroeconômico - investimento, inflação e dívida bruta do país - se afastaram das metas estabelecidas pela indústria. Em 2015, a taxa de investimento caiu para 18,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e está muito distante da meta de 21% do PIB prevista para 2017. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2015 em 10,7%, muito acima dos 3,5% fixados para 2017. A dívida pública bruta subiu pra 62,1% do PIB, também muito acima dos 55% do PIB estabelecidos para o próximo ano.
Os dois indicadores do fator-chave eficiência do estado - participação do investimento da despesa primária do governo federal e percentual dos investimentos executados em relação ao orçado - também se distanciaram das metas. Em 2015, a participação dos investimentos nas despesas primária do governo federal caiu para 3,5% e ficou ainda mais distante da meta de 7% fixada para 2017. O valor dos investimentos executados em relação ao orçado recuou para 16,1% e continua abaixo da meta de 40% prevista para 2017.
O único indicador que atingiu a meta foi o do percentual de indústrias que utilizaram instrumentos públicos de financiamento para atividades inovadoras em relação ao número total de empresas que inovaram. O indicador atingiu 34,2% em 2011, conforme o último dado disponível da PINTEC-IBGE. Esse indicador é um dos cinco que mostram a rota de evolução do fator-chave inovação e produtividade. Os outros quatro indicadores deste fator-chave se afastaram das metas estabelecidadas pela indústria.