Preparar o aluno para a vida e o mercado de trabalho é o papel de toda boa escola. Porém, de Norte a Sul, o país tem instituições públicas e particulares que se destacam por ir além. São escolas que promovem o retorno daqueles que interromperam os estudos por algum motivo ou desenvolvem estratégias de acolhimento.
Elas ensinam a produzir e a vender objetos sustentáveis com materiais da própria região, contam com projetos de incentivo à leitura com possibilidade de interação entre leitores, têm espaço em feiras populares para chegar a toda a população e ofertam atividades voltadas à educação étnico-racial.
Veja também: Metrologia, Empreendedorismo, Resíduos Sólidos, Startup, Profissões do Futuro, Indústria 4.0
Ficou curioso? Confira sete escolas de várias cidades do Brasil que se destacam por ser a segunda casa de estudantes já no modelo do Novo Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Você pode assistir à história dessas e de outras escolas nas duas séries do Canal Futura em parceria com o SESI: É sobre isso e De volta às aulas.
1. Escola Municipal Caio Líbano Soares – Belo Horizonte (MG)
A Escola Municipal Caio Líbano Soares tem mais de 400 alunos matriculados no Ensino Fundamental e no Ensino Médio da Educação para Jovens e Adultos (EJA). Foi criada como EJA, em 1991, para atender os trabalhadores do município que não tinham escolarização, mas atualmente atende um público diverso. Para facilitar o ingresso de novos alunos e estimular o retorno à escola, as matrículas são feitas durante todo o ano.
Um dos diferenciais da escola é o Professor Referência, um responsável pelo bem-estar e pela segurança dos alunos para evitar casos de evasão. A instituição também tem um projeto de incentivo à leitura, o “Leve um livro para passear”, além das parcerias para expandir a EJA, como a colaboração com uma igreja, que oferece o local para as aulas.
2. Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição Arruda – Nossa Senhora do Livramento (MT)
Quem mora no quilombo Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento (MT), tem a Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição como segunda casa. A instituição trabalha o estudo da história e da cultura africanas e a questão racial. Desde 2021, as diretrizes curriculares da educação quilombola foram atualizadas para refletir os interesses das comunidades em relação aos seus projetos de sociedade e de escola.
Outro projeto é o Bonecas Negras, por meio do qual bonecas são confeccionadas de forma artesanal homenageando as protagonistas da história da escola, como a pioneira Tereza Arruda. Ela foi a primeira professora do quilombo e filha de Antônio Mulato, morador mais antigo de Mata Cavalo e defensor da educação. A atividade integra o “Revirando memórias quilombolas”, projeto que resgata saberes ancestrais e faz parte da disciplina de projeto de vida do Novo Ensino Médio.
3. Centro Municipal de Educação do Trabalhador (CMET) Paulo Freire – Porto Alegre (RS)
Com uma proposta voltada para o mercado de trabalho, o Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores (CMET Paulo Freire) é uma EJA de Ensino Fundamental e tem mais de 700 alunos. As turmas são organizadas em seis totalidades de conhecimento, e o desenvolvimento de cursos e oficinas é fundamental na escola. Os alunos têm contato com cursos de teatro, música, artesanato, manicure e cabeleireiro, ofertados em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Outro diferencial é o Programa de Trabalho Educativo (PTE), parte do currículo da EJA na escola e importante para a inclusão dos alunos. Um professor acompanha e prepara os estudantes para o mercado de trabalho, em um estágio educacional. Além disso, alunos cegos têm acompanhamento com aulas de braille para aprender a ler.
4. CIEP Mané Garrincha – Magé (RJ)
Magé é uma derivação de "Magepe-mirim", que significa "cacique pequeno". A escola CIEP Mané Garrincha está localizada em Magé, município fluminense marcado pelo histórico de violência, com um dos menores Produtos Internos Brutos (PIB) do Rio de Janeiro e problemas socioambientais.
Um dos diferenciais da escola são os componentes curriculares que os alunos podem escolher para formar itinerários, como estabelece o novo modelo de ensino médio. São eles: Ação Empreendedora, Ensino Religioso, Espanhol, Protagonismo nas Redes, Estudos Orientados. Há também os reforços de Português e de Matemática, que suprem uma necessidade dos alunos após o ensino on-line durante a pandemia.
5. Colégio SESI da Indústria – São José dos Pinhais (PR)
Uma escola com práticas de sustentabilidade, como energia solar, captação de água de chuva, coleta seletiva e plantação de mudas de árvores. Esse é o Colégio SESI da Indústria, em São José dos Pinhais (PR). A instituição oferta oficinas de robótica e competições, em que os estudantes aprendem a programar, cumprir desafios e a relacionar o tema com outras disciplinas. Os torneios oferecem aos alunos a oportunidade de desenvolver habilidades comportamentais que farão a diferença no futuro.
Outra inovação é uma avaliação que envolve praticamente todos os componentes curriculares: a Linha do Tempo da Evolução. Os estudantes devem elaborar uma sequência histórica com as grandes conquistas e descobertas que trouxeram benefícios para a humanidade, abordando assuntos de diversas disciplinas.
6. Escola Municipal Irarazinho – Irará (BA)
O diferencial da Educação para Jovens e Adultos da Escola Municipal Irarazinho é o afeto da equipe que envolve a supervisão, a coordenação e os professores. Localizada em Irará (BA), a instituição é um local seguro para homens que querem fugir do alcoolismo e para mulheres que buscam acolhimento e amizade. A sede contém 115 alunos matriculados e também funciona em um anexo, em uma comunidade próxima, para estar mais perto de onde os alunos moram.
A Escola Municipal Irarazinho mantém um acompanhamento próximo, com busca ativa, diálogo e processos de formação. Alguns dos projetos para atrair alunos são a contratação de carros de som, reuniões na frente de casas e até mesmo uma barraca na feira livre de Irará.
7. Escola Estadual Indígena Ivy Poty Aldeia Te Yikue – Caaraó (MS)
Ivy Poty, do guarani, significa Flor da Terra. A aldeia Te Yikue, em Caparaó (MS), abriga a Escola Estadual Indígena Yvy Poty. A instituição ampara famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e violência. Muitos jovens crescem sem nenhuma perspectiva, pois são vítimas constantes de preconceitos e tentativas de exclusão.
Além de prepará-los para o ensino superior, um dos diferenciais da Ivy Poty é oferecer alternativas de geração de renda. A escola ensina a produzir e a vender objetos sustentáveis com materiais da própria região como bambu e cipó. A Ivy Poty também promove um festival de desenhos e grafismos que incentiva o desenvolvimento das habilidades artísticas, a criatividade, o envolvimento, a interação e o protagonismo juvenil.
SESI e Futura juntos por uma educação transformadora
Os episódios das séries É sobre isso e De volta às aulas vão ao ar, respectivamente, às quartas-feiras, às 18h30, e às quintas, no mesmo horário. Caso não consiga ver ao vivo, posteriormente os vídeos ficam disponíveis na plataforma Canais Globo. Confira também as playlists completas no canal do SESI no YouTube.