As principais associações empresariais do mundo estão atentas aos impactos das novas tecnologias na economia e na sociedade e comprometidas com a reforma e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Esses temas deram o tom do relatório final de recomendações da Cúpula Empresarial do G20, o chamado B20, que ocorreu no Japão durante 14 e 15 de março. A Condeferação Nacional da Indústria (CNI) é representante do setor privado brasileiro.
“O B20 reúne as maiores economias do mundo, contribuir ativamente nesse foro é uma grande oportunidade para influenciar sobre temas de grande relevância e interesse para a competitividade e inserção internacional da indústria brasileira”, diz o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes.
O documento será entregue aos chefes de estado do G-20, que se encontram em 28 e 29 de junho, também no Japão. A expectativa agora é que as 20 maiores economias do mundo, que representam 80% do comércio global, afinem o discurso e se comprometam com uma sociedade mais igualitária e desenvolvida.
“A transformação digital e o emprego de novas tecnologias (Big Data, 5G, blockchain, computação em nuvem) promoverá um ecossistema de inovação, reunindo empresas e a academia e permitindo não só o crescimento econômico, mas a solução para problemas sociais, como desemprego, pobreza, fome, desigualdade de gênero, entre outros”, diz o relatório final.
Além de recomendações, o documento também apresenta exemplos de empresas nacionais comprometidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. A CNI levou os projeto de Natura, Stefanini e das startups Epistemic, Nexxto, e I4Sea.
1. Transformação digital
Promover a cooperação internacional no campo da cibersegurança, apoiar às negociações sobre comércio eletrônico no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e alcançar um consenso multilateral sobre a tributação na economia digital, que incentive os investimentos, a criação de empregos e o crescimento econômico
2. Comércio e investimento
Renovar o compromisso com os princípios do comércio multilateral baseados nas regras definidas pela OMC para: resolver o impasse no processo de nomeação de novos membros para o Órgão de Apelação; processos mais eficientes para o Mecanismo de Solução de Controvérsias; melhorar a função de monitoramento da OMC sobre as notificações dos membros de conformidade com suas regras, além de garantir um ambiente de negócios igualitário com a eliminação de subsídios industriais incompatíveis com as regras da OMC e com adequada proteção da propriedade.
3. Energia e meio ambiente
Garantir o acesso à energia para todos e promover tanto a eficiência energética quanto as transições para um modelo energético mais limpo e sustentável. Para isso é importante: focar na redução de gases de efeito estufa por meio das cadeias globais de valor e na disseminação de tecnologias eficientes em energia e outras tecnologias de baixa emissão em escala global.
“Os governos, em parceria com o setor privado, devem incentivar a inovação ligada a plásticos reutilizados e reciclados, materiais alternativos e plásticos de base biológica e biodegradáveis para reduzir o custo desses materiais e promover sua ampla utilização”, diz o documento.
4. Infraestrutura de qualidade
Diminuir o déficit de infraestruturas com segurança e manutenção adequadas para alcançar um crescimento inclusivo, benéfico e sustentável, proporcionando, assim, oportunidades de investimento acessíveis
5. Futuro do trabalho
Estabelecer uma estrutura favorável à inovação para o comércio digital, na qual empreendedores e autônomos sejam capazes de transformar ideias em negócios. Também há recomendação para promover mercados de trabalho abertos, dinâmicos e inclusivos, tornando a legislação trabalhista mais flexível.
6. Integridade para todos
A luta contra a corrupção deve continuar sendo uma prioridade e deve ser tratada em um diálogo próximo entre as empresas, o governo e a sociedade em geral e garantir a transparência em compras públicas