7 coisas que você precisa saber para conseguir financiamento climático

Guia da CNI ajuda empresas a entender como acessar fundos de investimento climáticos no Brasil e do mundo. Enquanto a Ásia recebeu 38% dos recursos nos últimos anos a América Latina e Caribe ficaram só com 4,5%

Projetos que reduzam emissões de gases de efeito estufa ou que ofereçam soluções para combater a mudança climática estão em alta. Entre 2017 e 2018, iniciativas assim receberam US$ 1,1 trilhão de dólares. Mesmo com uma biodiversidade rica e muito potencial, a América Latina ainda não é destino para esse tipo de investimento. Enquanto a Ásia abocanhou 38% dos recursos de fundos climáticos, a América Latina e o Caribe ficaram com apenas 4,5%. 

Para dar publicidade e levar mais informações às empresas brasileiras sobre os fundos climáticos do Brasil e do mundo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou o documento Financiamento para o Clima: Guia para Otimização de Acesso pela Indústria. Nele, estão listados critérios econômicos e socioambientais para acessar 16 fundos.

“Cada vez mais entende-se que iniciativas que respondam aos desafios ambientais, sociais e de governança de forma mais efetiva dão mais retorno e são mais sustentáveis. E é nisso que investidores estão de olho”, destaca o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

Veja os sete pontos fundamentais para acessar os recursos de fundos climáticos internacionais:

1. Tamanho não importa: empresas de todos os portes podem receber investimentos

Empresas de qualquer porte podem acessar os fundos climáticos, desde que atendam aos critérios específicos de cada um. Para isso, é preciso estudar os detalhes exigidos, avaliar as condições e planejar a execução.

2. É preciso dar garantias econômicas ao investidor

Há diversas formas de garantias econômicas exigidas pelos investidores, podendo ser garantias reais, como hipoteca, penhor e propriedade fiduciária, ou pessoais, como fiança ou aval.

3. A apresentação e a qualidade do seu projeto contam pontos

Seu projeto disputa o financiamento com muitos outros. Logo, precisa ser bem estruturado para atrair os investidores. Caso necessário, é possível contratar uma ajuda especializada externa à organização para desenvolver o trabalho.

4. Os critérios de seleção de cada fundo de investimento variam 

Alguns fundos climáticos priorizam investimentos em setores econômicos com menos riscos socioambientais. No entanto, o critério varia de acordo com o investidor.

Há fundos que se dedicam a investir em projetos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa em setores intensivos em energia, por exemplo. Conhecer um pouco sobre o perfil do grupo investidor torna o seu lance mais assertivo. 

5. Quanto maior o risco do projeto, maior a exigência dos fundos climáticos 
 

Quanto maior o risco envolvido no projeto, mais detalhada é análise e maior é quantidade de requisitos que precisam ser atendidos. Mesmo os projetos mais simples devem comprovar que estão em dia com exigências legais, como licenciamento ambiental. 

6. É bom se preparar para a mudança climática

Ter um bom plano de adaptação à mudança climática demonstra que a empresa tem forte cultura de prevenção de risco e maior planejamento para as ações sustentáveis no longo prazo.

Esse perfil pode render ao empreendedor o acesso a taxas de juros mais atraentes. Para ajudar as empresas a elaborar esses planos, a CNI lançou também o manual Indústria Resiliente: Um Guia para a Indústria se Adaptar aos Impactos da Mudança do Clima – Diretrizes Gerais.

7. Ambiental de mãos dadas com o social e a governança

Mostrar resultados na redução de emissões de gases de efeito estufa ou medidas de contenção aos impactos da mudança do clima nos projetos é importante. No entanto, há investidores atentos para saber se os projetos trazem soluções para problemas sociais e se há transparência.

Os indicadores ESG (de ambiental, social e governança, no inglês) são critérios cada vez mais observados por fundos nacionais e internacionais, em especial em bancos de desenvolvimento, onde estão as maiores quantidades de recursos financeiros ofertados para a aplicação na economia de baixo carbono.

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