6 soluções geniais da robótica para melhorar a qualidade de vida dos animais

No Dia dos Animais, selecionamos propostas incríveis de competidores da FLL para aumentar a segurança, garantir a preservação de espécies e dar maior bem estar aos animais

Se partem do homem as principais mudanças no ecossistema, que tanto afetam a vida animal, vêm dele também as respostas para equacionar o desequilíbrio. O problema muitas vezes é complexo, mas da engenhosidade e da criatividade de crianças e adolescentes nascem soluções simples, eficazes e, mais importante, possíveis. 

Hoje é o Dia Mundial dos Animais e a Agência de Notícias da Indústria relembra alguns dos Projetos de Pesquisas mais engenhosos desenvolvidos pelos os competidores do Torneio de Robótica FIRST LEGO League Challenge (FLL), promovido pelo Serviço Social da Indústria (SESI), prepararam para o bem estar dos nossos melhores amigos. Veja:

1. Fome zero para doguinhos de rua

Não é incomum andar pelas ruas das cidades brasileiras e ver cachorros perambulando sem seus humanos. Com a pandemia do coronavírus, os números de abandono tiveram uma alta assustadora. De acordo com a OMS, existem mais de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães nas ruas no país.

Pensando em como auxiliar, as alunas Amanda Faquini e Yasmim Grassi, do SESI Yolanda C. Bassit (SP), desenvolveram um comedouro tecnológico com objetivo de fornecer alimentação apropriada para esses pets. O dispositivo possui sensores inteligentes que detectam movimento, para saber quando o animal está se aproximando do comedouro, e o nível de ração no pote para evitar disperdícios e fornecer a quantidade necessária de ração.

"Como já existem muitos animais de ruas que são abandonados, a nossa ideia surgiu a partir de uma conexão entre eles e a tecnologia em si. Sendo assim, pensamos em criar um comedouro que não ficasse exposto ao tempo e nem à chuva, evitando a proliferação de bichos e estragar a ração. Dessa forma, podemos proporcionar uma alimentação adequada e saudável aos animaizinhos de rua", Amanda Faquini explica.

2. Baia do Bach 

Cavalo gosta de música clássica. Particularmente da produção alemã do período barroco, que tem em Johann Sebastian Bach seu representante máximo. Cavalo também aproveita os benefícios da cromoterapia. E curte brinquedo de pelúcia. Vá lá, cavalo precisa de distração para o tédio da baia. Nascidos livres, os animais ficam estressados e entediados quando presos. Resolver o desconforto foi a missão escolhida pelos alunos da equipe de robótica Thunderbóticos, do SESI Rio Claro, em São Paulo.

A solução chama-se Happy Horse. O kit da felicidade equina consiste em uma caixa de som que reproduz peças de Bach, luzes azuis e brinquedos suspensos por cordas – um cubo de pelúcia, um pino de boliche e um pneu. “Os cavalos ficaram mais calmos e menos estressados. Uma das donas que testou nosso kit disse que quando ela desligava a música e a luz, o cavalo relinchava, tipo reclamando, sabe?”, explica Nádima Carlevaro, 15 anos, da Thunderbotics. Os testes foram feitos com seis cavalos, nas cidades de Rio Claro, São Carlos e Sorocaba.

O Happy Horse diminuiu os efeitos ruins do confinamento, como a aerofagia, em que o cavalo apoia a boca em barra de metal e aspira o ar. A prática provoca contorções musculares, tensão e doenças gástricas. “Descobrimos que as ondas da música de Bach simulam as encontradas na natureza, o que acalma o cavalo. Os brinquedos são anatômicos e divertem o animal. Aos poucos, ele para com a aerofagia”, detalha Letícia Teixeira, 15 anos.  Além de eficaz, o kit é barato – custa R$ 80 – e pode ser montado em qualquer baia. O projeto despertou interesse de uma empresa americana, baseada em Ohio (EUA), que quer produzir e vender o Happy Horse mundialmente. 

3. Abelhas em risco 

As abelhas entraram na lista de animais ameaçados de extinção em 2016. A mensagem dada pelos cientistas à época foi muito clara: sem elas, o mundo como conhecemos hoje vai acabar. Obviamente, ninguém quer que a coisa ande por aí. O remédio, segundo os Kamikazes, do SESI Capanema, no Paraná, é simples e sustentável. “Sem flores, não tem abelha. Então criamos uma cápsula com adubo e sementes das flores preferidas das abelhas para estimular que elas trabalhem e se reproduzam”, explica Larissa Thays Santos, 17 anos, integrante da equipe. 

Basta abrir a cápsula, regar um pouco e deixar a natureza fazer o resto. Inclusive, o revestimento é biodegradável. A ideia já conquistou uma indústria carioca que fabrica cápsulas em gel. Além de doar o material para a equipe, a empresa já está utilizando a criação dos Kamikazes em ações de marketing. Ao custo de R$ 0,05, o time quer mais parceiros para popularizar a pílula. “Melhor dar flores do que balinha quando não tiver o troco, não acha?”, sugere Larissa.

4. Salve o boto 

Cravada à beira do Rio Amazonas, a cidade de Itacoatiara, no Amazonas, era para ser um santuário de botos cor-de-rosa. Mas os dóceis animais estão sob o risco de extinção por serem usados como isca para pesca de outros peixes. “Os pescadores usam a carne do boto para atrair peixes, especialmente o piracatinga. Descobrimos que eles fazem isso porque acham que não têm outra opção, mas têm”, conta Vivian Watanabe, 17 anos. 

Os estudantes do time Amazônidas, do SESI Abraão Sabbá, criaram uma isca utilizando ingredientes populares, como restos de frango, trigo, goma de tapioca, gordura de peixe ou de outro animal. E acrescentaram enxofre para reduzir a alta concentração de mercúrio encontrada nos piracatingas. Os testes foram promissores. “Ajudamos a salvar o boto, damos alternativa às comunidades de pescadores e mais saúde ao consumidor do peixe”, completa Eliton Laborda, 14 anos. A ideia já foi passada para um grupo de 150 pescadores, que aprovaram a alternativa.

5.Segurança na estrada

Somente na região de Sertão, na Paraíba, em três meses, 393 animais morreram nas rodovias. Em dois anos, entre 2014 e 2016, 14 pessoas perderam a vida na mesma região por causa de acidentes com animais na estrada. No estado, o número deve ser bem maior. 

Para diminuir o risco de colisões e aumentar a eficiência do trabalho da Polícia Rodoviária Federal, responsável pela remoção dos animais da pista, estudantes do SESI Patos criaram um aplicativo, o Zoo Alert, que permite aos motoristas notificar a presença de animais na estrada, bem como saber com antecedência se o trecho é perigoso.

“Usamos o banco de dados da PRF para mapear as áreas de maior risco. Com a colaboração dos motoristas, o trabalho da polícia será mais rápido na hora de retirar os animais”, explica Itallo Mendes, 16 anos. A PRF está estudando utilizar o aplicativo. “Aprendemos a linguagem de programação que muita gente formada ainda não sabe. É um desafio, mas é muito bom”, comenta Hemerson Lucena, 17 anos.  

6. PET 4.0

Imagine controlar o bem estar do seu cachorro pelo celular? Trocar a água, repor a comida, ligar um ventilador num dia quente, iluminar a casinha se anoitece e tudo isso mesmo se você estiver fora de casa. Na verdade, não precisa mais imaginar. Os alunos do SESI Sobradinho, no Distrito Federal, já concretizaram esse sonho.

Nasceu deles a Castelo – Casa Sustentável Tecnológica do Elo Animal. A casa tem dois cômodos – com tamanho adequado ao bem estar do animal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – conta com superfície antiderrapante, ventilador, luz de LED, repositórios automáticos de ração e água, sem falar do borrifador de repelente contra insetos.

Tudo conectado à internet e disponível no celular, por meio do aplicativo Elo Animal. “No aplicativo, além de controlar as funções da casa, ainda dá pra monitorar a saúde do cachorro, as vacinas, medicações”, explica Júlia Alves, 17. Em breve, tudo vai funcionar com energia própria, pois o telhado vai ganhar placas solares. 

A competição

No Festival SESI de Robótica, os estudantes participam de uma disputa emocionante com robôs de LEGO, projetados e programados pelos por eles mesmos. Esses robozinhos precisam cumprir determinadas missões no tapete de competição, baseadas no tema da temporada.

As equipes também apresentam projetos de pesquisa relacionados de acordo com tema da temporada. São soluções inovadoras para solucionar melhorar problemas reais enfrentados por pessoas no dia a dia. Os robôs e os projetos são avaliados pelos juízes da competição, que também ficam de olho no comportamento dos times. Trabalho em equipe e comportamento amigável também vale pontos importantes. Ao final, as melhores equipes garantem vagas em torneios internacionais, que podem ocorrer na Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Dinamarca.

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