Portal da Indústria entrevista Richard da Silva, brasileiro com o melhor desempenho no WorldSkills

A delegação brasileira era formada por 41 estudantes, sendo 37 do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)

O Brasil conquistou 12 medalhas durante o maior torneio de ensino técnico do mundo, o WorldSkills, promovido neste ano em Leipzig, na Alemanha. Mais de mil competidores de 53 países participaram. A delegação brasileira era formada por 41 estudantes, sendo 37 do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). 

Quem alcançou a maior nota dentre os brasileiros foi o Richard Souza da Silva, de apenas 18 anos, morador de Itaquaquecetuba (SP). Ele entrou no SENAI aos 14 anos, onde fez dois cursos: de Ferramentaria e de Técnico em Mecânica, sendo o primeiro da família a concluir um curso técnico. Com o ótimo desempenho no torneio, ele ganhou a medalha de ouro na ocupação de Polimecânica e recebeu o título de o “melhor da nação”. 

Na Alemanha, Richard derrotou jovens de 11 países para chegar ao topo do pódio. Para isso, teve que demonstrar agilidade, raciocínio lógico e domínio das funções para resolver, dentro de rigorosos padrões internacionais, desafios do dia a dia do trabalho nas empresas. Ele retornou de Leipzig na última terça-feira (9) e conversou, por telefone, com o Portal da Indústria. Confira a entrevista: 

Richard entrou no SENAI aos 14 anos, onde fez dois cursos: de Ferramentaria e de Técnico em Mecânica. Hoje é trainee na instituição

Como foi sua preparação para participar do WorldSkills? Você acredita que teve uma boa formação? 

Richard da Silva - Sim, com certeza. Foi um resultado conquistado com a ajuda de grandes instrutores e grandes profissionais durante quatro anos de trabalho. Entrei no SENAI, aqui em São Paulo, com 14 anos. E há uma série de pré-requisitos antes de chegar ao mundial. Primeiro, a competição entre escolas, que é o estadual. Depois a Olimpíada do Conhecimento (nacional), além de todo um preparo para poder ir para o WorldSkills. Há uma série de provas, fiz várias avaliações nesse tempo. 

Quando entrei no SENAI, com 14 anos, primeiro fiz o curso de Ferramentaria, por dois anos. Aos 16, comecei o de Técnico de Mecânica, até os 18. Depois, durante seis meses, me dediquei integralmente ao mundial, pois antes eu tinha que conciliar a escola, o curso e o preparo para o WorldSkills. Dormia só quatro, cinco horas por dia naquele ritmo! 

Você acha que teve uma formação que deixou a desejar a outro país? 

Richard da Silva - Não, foi uma formação muito boa, não tive nada a menos que os outros competidores. Acho que a diferença é que muitos deles tinham grandes patrocinadores, além do apoio da escola, mas todo o conhecimento que eu precisava para as provas, eu tinha. Os cursos do SENAI são realmente muito bons. Tive professores não só nos cursos, mas também professores individuais para me treinar na minha ocupação. Eles me ajudaram passando o conhecimento que tinham. 
 

Para vencer o ouro, ele derrotou competidores de 11 países

Como decidiu que queria participar dessas competições? 

Richard da Silva - Quando entrei no curso de Ferramentaria, com 14 anos, pensei que ia aprender a fazer produtos de metal, medalha, etc, que era uma coisa que gostava. Só depois eu vi que tinha muito mais além disso. No início do curso, minha escola levou a gente para conhecer a Olimpíada do Conhecimento. O clima era incrível, muito profissionalismo. Ao ver aquilo, pensei: “eu quero estar aqui daqui a dois anos”. Então comecei a batalhar por isso. 

O que planeja daqui pra frente? 

Richard da Silva - Agora vou começar a fazer inglês intensivo e também faculdade de engenharia de automação, mecatrônica ou mecânica mesmo, ainda não decidi. Estou trabalhando como trainee no SENAI, fui contratado em março, e já comecei a treinar um competidor na minha modalidade que vai participar do estadual. É o começo de outro ciclo, para que o competidor siga os mesmos passos que eu fiz. 

Eu penso em me especializar ainda mais e continuar trabalhando no SENAI, quero conhecer como funciona a indústria. Assim, se receber uma proposta melhor na indústria, quero poder atender o mercado. É uma oportunidade muito boa que estou tendo aqui. 

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