Sindicatos fortes amplificam a voz da indústria, diz presidente da FIEP

"FIEP prosseguirá, em 2015, com o trabalho de apoio aos sindicatos, oferecendo suporte para o fortalecimento das bases da representação industrial", destaca Edson Campagnolo

A união de empresas, sindicatos, federações e confederação é decisiva para a construção de uma indústria forte, que tenha influência na definição de ações e na elaboração de políticas públicas que estimulem o crescimento econômico.

"Principalmente com o panorama atual do país, em que enfrentamos uma grave crise econômica e política, só conseguiremos superar as dificuldades que comprometem a competitividade de nossa indústria se nos mantivermos unidos", diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Edson Campagnolo.

Nesta entrevista, ele destaca que a FIEP prosseguirá, em 2015, com o trabalho de apoio aos sindicatos, oferecendo suporte para o fortalecimento das bases da representação industrial. "É com a força do associativismo, caminhando junta, que a indústria pode superar as inúmeras dificuldades que enfrenta e contribuir, de fato, com o desenvolvimento do país", completa Campagnolo.
A seguir, você confere a entrevista na íntegra:

Portal da Indústria – Em 2014, a FIEP teve o melhor desempenho desde que começou a participar do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), em 2007. A que o senhor atribui esses resultados?

Edson Campagnolo – Desde o início de nossa gestão à frente da FIEP, em outubro de 2011, colocamos como prioridade o fortalecimento dos sindicatos industriais do Paraná. Uma de nossas primeiras inciativas nessa área foi o reforço da estrutura interna da Federação voltada ao atendimento dessas instituições, com a criação da Central de Relações com Sindicatos e Coordenadorias Regionais da FIEP, ampliando o trabalho que já vinha sendo feito anteriormente.

Com isso, conseguimos, ao longo dos últimos anos, nos aproximar ainda mais de nossos sindicatos, levando de maneira mais direta os produtos e serviços ofertados pelo Sistema FIEP. Certamente, o fato de termos colocado este trabalho como prioridade foi fundamental para que, em 2014, alcançássemos esse excelente resultado na difusão das ações do PDA junto aos sindicatos e indústrias do Paraná.

Portal da Indústria - Qual avaliação  que o senhor faz ao comparar a situação dos sindicatos da indústria do Paraná hoje com o contexto de oito anos atrás?

Edson Campagnolo – Em geral, percebemos uma boa evolução na gestão e nos serviços ofertados pelos sindicatos paranaenses às indústrias de suas bases. Sem dúvida, o PDA tem sido muito importante para esse avanço. Uma das principais ferramentas que o programa oferece para o amadurecimento dos sindicatos é o Planejamento Estratégico. No Paraná, 57 sindicatos já realizaram o planejamento através do PDA.

Temos, ainda, 32 planejamentos em andamento. Essa ação faz com que os sindicatos façam uma profunda análise de sua atuação e visualizem aonde querem chegar no futuro. Assim, percebem quais estratégias devem ser adotas para atrair mais associados. Ainda precisamos avançar nesse processo, mas posso afirmar com segurança que o Paraná hoje tem muito a contribuir com bons exemplos de ações desenvolvidas em sindicatos industriais.

Portal da Indústria – No ano passado, a FIEP desenvolveu o projeto Encontro de Contadores, com o apoio do PDA.   Quais temas foram abordados e quais benefícios o projeto trouxe para o relacionamento do Sistema Indústria, especialmente dos sindicatos, com a categoria contábil?

Edson Campagnolo – Esse projeto levou a sete municípios do Paraná palestras de especialistas sobre o chamado Bloco K do Sped Fiscal – Sistema Público de Escrituração Digital Fiscal. Com ele, a partir de 1° de janeiro de 2016, o controle de produção e estoque das indústrias passará a ser feito por meio digital.

O público-alvo eram contadores, os profissionais que serão responsáveis por auxiliar as indústrias no cumprimento de mais essa obrigação fiscal. Nas palestras, sempre organizadas com o suporte dos sindicatos de cada região, os 500 contadores que no total participaram dos eventos puderam se informar e tirar dúvidas sobre o Bloco K. Foi, portanto, um relevante serviço que os sindicatos disponibilizaram tanto para suas indústrias quanto para os contadores que as atendem.

Assim, mostramos a importância do associativismo, aproveitando para reforçar junto aos contadores quais são os benefícios que o industrial pode ter ao fazer o pagamento da Contribuição Sindical, bem como se associando ao sindicato que representa seu setor.

Portal da Indústria – A mobilização do empresariado paranaense durante a Semana da Indústria é um marco da gestão do senhor à frente da FIEP. Como os sindicatos contribuem nesse processo e qual é o impacto dessas ações no desenvolvimento do associativismo?

Edson Campagnolo – A Semana da Indústria surgiu em 2012 para descentralizar as comemorações pelo Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio. Até o ano anterior, essa data era marcada basicamente por uma solenidade em Curitiba e algumas ações pontuais em um ou outro município.

Durante a Semana da Indústria, levamos as comemorações a cinco cidades do interior – uma a cada dia – promovendo um grande encontro de empresários e lideranças industriais de cada uma das grandes regiões do Estado. Sempre procurando não restringir a programação à cerimônia festiva, mas promovendo outras ações de mobilização dos industriais.

Em 2014, por exemplo, que era um ano eleitoral, aproveitamos a Semana da Indústria para realizar reuniões de trabalho em que os empresários apontaram as principais demandas de suas regiões. Essa discussão resultou em um amplo documento entregue aos candidatos que concorreram na eleição, em que mostramos as prioridades do setor industrial do Paraná.

A Semana da Indústria, portanto, transformou-se em uma oportunidade ímpar para que a FIEP possa dialogar de perto com as lideranças da indústria de todo o estado. Além disso, ela chama a atenção de toda a sociedade paranaense para o setor industrial. Para que essa mobilização tenha sucesso, a atuação dos sindicatos de cada região é fundamental. E, com essa mobilização, conseguimos também mostrar aos industriais a importância de nos mantermos unidos através do associativismo.

Portal da Indústria – Qual é a estratégia da Federação para dar continuidade ao fortalecimento dos sindicatos e ao incentivo ao associativismo no Paraná?

Edson Campagnolo – Sem dúvida alguma, precisamos seguir priorizando no trabalho da FIEP o atendimento aos sindicatos, oferecendo cada vez mais suporte para que eles tenham condições de se desenvolver. Porém, vejo como fundamental também a necessidade de despertar em todos os industriais, não apenas do Paraná, mas de todo o Brasil, a consciência sobre a importância do associativismo.

Principalmente com o panorama atual do país, em que enfrentamos uma grave crise econômica e política, só conseguiremos superar as dificuldades que comprometem a competitividade de nossa indústria se nos mantivermos unidos.

É através do associativismo, com sindicatos, federações e confederação fortes e atuantes, que teremos condições de fazer com que nossas demandas sejam atendidas pelo poder público. É com a força do associativismo, caminhando junta, que a indústria pode superar as inúmeras dificuldades que enfrenta e contribuir, de fato, com o desenvolvimento do país.

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