2021, o ano da retomada

Em artigo publicado na Revista Indústria Brasileira, o presidente da CNI, Robson Braga, destaca as medidas para o Brasil voltar a crescer e se desenvolver

O ano de 2020, que está terminando, foi um dos mais desafiadores que o mundo enfrentou na história recente, em função da crise sanitária e econômica gerada pela Covid-19. Entraremos em 2021 com esperanças de uma retomada gradual, mas consistente, da economia, que permita ao Brasil voltar a crescer e se desenvolver.

O setor produtivo ainda sofre com os efeitos negativos ocasionados pela pandemia, mas a economia já dá sinais de recuperação. Neste momento, precisamos renovar a confiança e trabalhar firmemente para que a crise seja superada o mais rapidamente possível.

Lamentamos enormemente que o coronavírus continue ceifando preciosas vidas aqui e lá fora, provocando dor nas famílias. Graças ao esforço de cientistas e governos em todo o mundo, porém, a vacinação está começando em alguns países e deve se disseminar rapidamente.

Isso nos dá a certeza de que o ano que vem será bem melhor do que 2020, tanto do ponto de vista da saúde de todos nós quanto da indispensável recuperação da atividade econômica. Ao longo dos meses, indústria, serviços, agropecuária e turismo vão se reaquecer, trazendo, aos poucos, a bonança de volta aos lares. 

Ainda que num ritmo aquém do desejável, a economia está fechando este ano e vai entrar em 2021 num cenário positivo, o que nos proporciona uma base mínima para continuar avançando. Para isso, é preciso que o país persevere no caminho das medidas econômicas, em especial das reformas estruturais, imprescindíveis para a melhora do ambiente de negócios.

Temos que preparar o terreno, removendo crônicos obstáculos à expansão num ritmo vigoroso, para conseguir uma retomada sustentável da economia, sobretudo com a redução do desemprego, flagelo que pesa sobre quase 14 milhões de brasileiros.

Nunca é demais reiterar que a reforma tributária é fundamental para acabar com o emaranhado de leis, decretos, portarias, instruções normativas e outras tantas regras que estabelecem obrigações descabidas, transformando o dia a dia dos empreendedores e dos trabalhadores em um sofrido pesadelo.

Simplificando o sistema de cobrança de tributos e cortando a burocracia, vamos dar um passo gigantesco para estimular os investimentos, a abertura de empresas e a geração de empregos. Isso também facilitará o funcionamento e a expansão das companhias já existentes.

O país também necessita de uma reforma administrativa que torne o Estado mais eficiente, provendo melhores serviços públicos a custos menores. Ainda que governo e Congresso concluam que é preciso prorrogar o auxílio emergencial dado à população mais vulnerável, em razão da pandemia, é essencial que se aponte para a recuperação do equilíbrio fiscal a médio e longo prazos.

O controle das despesas e a contenção do endividamento público são requisitos fundamentais para a confiança dos investidores e para o crescimento econômico sem inflação. A racionalização dos gastos públicos deve ser feita de maneira criteriosa, mas firme.

Sabemos todos que o Brasil é uma terra plena de oportunidades, habitada por uma gente trabalhadora e com o temperamento voltado para a alegria. Nas últimas décadas, tivemos outras viradas de ano marcadas por incertezas, mas nunca esmorecemos. Com otimismo, determinação e esperança, sempre demos a volta por cima. Vamos conseguir mais uma vez, ninguém tenha dúvidas. 

Renovemos a nossa confiança em dias melhores, que certamente virão. Desejo um excelente 2021, cheio de saúde, paz, realizações pessoais e prosperidade para o nosso país.

*O artigo foi publicado na edição de dezembro da Revista Indústria Brasileira.

Robson Braga de Andrade é o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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