Ter assumido a liderança do Business 20 (B20) neste ano, concomitantemente à Presidência do Brasil no G20 – o grupo que reúne as maiores economias do mundo – refletiu os valores da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nessa posição, reiteramos o nosso compromisso com o diálogo entre iniciativa privada e governos, o desenvolvimento sustentável, a inovação tecnológica e a redução de barreiras para o crescimento econômico ético e inclusivo, reforçando o papel do país como um influenciador de políticas globais.

Ao longo dos anos, o G20 tem sido um foro decisivo na coordenação de políticas entre países que, juntos, representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 80% do comércio global. A liderança do G20 e do B20 evidenciou a maturidade econômica, política e institucional do Brasil.

No contexto do B20, a atuação da CNI nos deu a oportunidade de potencializar a voz da indústria brasileira, propondo políticas públicas e práticas empresariais que fomentem um crescimento econômico mais vigoroso, com ganhos sociais e alinhado a altos padrões de sustentabilidade. Com muita satisfação, reconheço e agradeço o excelente trabalho feito pelo chair do B20, o empresário Dan Ioschpe, pelos chairs das forças-tarefas e por todos os que vêm participando dessa competente e determinada equipe.

Nos fóruns do B20, estimulamos o debate sobre o crescimento inclusivo que combata a fome, a pobreza e as desigualdades; uma transição justa para uma economia com emissões líquidas de gases de efeito estufa zeradas; o reforço à resiliência das cadeias globais de valor; a valorização do capital humano e a promoção da inovação como alavanca da produtividade. Entre outros assuntos, tratamos do uso responsável da inteligência artificial e da modernização da máquina pública a partir da experiência do setor privado, com ideias sobre a implementação de governos digitais eficazes, ágeis e resolutivos.

Reunimos líderes empresariais das maiores economias do mundo para formular recomendações aos governos nas áreas de comércio e investimento; emprego e educação; transição energética e clima; integridade e compliance; transformação digital; gênero, inclusão e diversidade em negócios; finanças e infraestrutura, além de sistemas alimentares sustentáveis e agricultura. Cada força-tarefa do B20 desenhou um futuro em que os negócios prosperem no mesmo ritmo em que as sociedades se beneficiem.

Em paralelo à condução do B20, os dados apontam que a produção industrial brasileira mantém uma trajetória de recuperação. A inserção do Brasil no G20 reflete-se nos números, com o país captando uma fatia significativa dos investimentos diretos e do comércio entre os membros do grupo. Essa dinâmica confirma que estamos no caminho certo e fortalece a importância de aproveitar os debates ocorridos para manter a tendência positiva.

Estamos convictos de que a condução do B20 Brasil materializará heranças significativas. Perpetuaremos os progressos do grupo estabelecendo um sistema robusto de influência e governança que pretendemos endossar para a África do Sul, nossa sucessora na coordenação do fórum. Estamos criando ferramentas capazes de acompanhar indicadores que evidenciam o avanço em direção às metas dispostas nas recomendações entregues à Presidência do G20 e confiadas pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Deixaremos uma contribuição para a sociedade em um espectro mais amplo, com propostas substanciais e pragmáticas para o desenvolvimento. Também estamos delineando claramente pautas consideradas primordiais, com a definição dos agentes capazes de fomentar as medidas que pavimentarão o caminho para a prosperidade, de modo que o país aproveite os resultados do B20 também para o crescimento interno sustentável.

Como anfitrião do G20 e do B20, o Brasil uniu líderes governamentais e empresariais em torno de metas comuns da mais alta importância para o futuro da humanidade. Com o B20 sob a coordenação da CNI, não medimos esforços para que este seja um período de avanços significativos, gerando impactos positivos duradouros para as nossas indústrias, o Brasil e o mundo.

*Ricardo Alban é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O artigo foi publicado na Revista Indústria Brasileira, no dia 15 de outubro.

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