A energia é um bem precioso, utilizado pelo homem desde a antiguidade. Sabemos da sua importância no processo produtivo e na segurança da população.
A qualidade de suprimento e os custos são decisivos para a competitividade nacional, pois incidem diretamente no valor final de produtos e serviços.
O sistema elétrico brasileiro já foi considerado um dos mais eficientes do mundo e necessita de mudanças regulatórias e normativas para que volte a ser uma vantagem competitiva para a economia do país.
Lidamos com dificuldades na distribuição e fornecimento da energia elétrica, que muitas vezes não chega em todas as localidades do Brasil, além de falha no fornecimento, o que acarreta em prejuízos enormes. Temos presenciado cenas tristes, com a perda de insumos nas empresas e de mercadorias nas residências e no comércio.
Além de dificuldades enfrentadas com a má qualidade no fornecimento, temos nos deparado com aumento nos custos.
O peso dos impostos e encargos sobre a energia elétrica também afeta a competitividade do setor produtivo, pois representam mais de 45% do total da tarifa média praticada no país.
Nos últimos anos, o setor elétrico brasileiro tem enfrentado grandes desafios em virtude da insegurança no abastecimento, mudanças regulatórias, que impactam no preço e tarifas do consumidor final. Faltam investimentos e capacidade de investir em pesquisa e inovação.
Para trazer o custo da energia elétrica a patamares competitivos, é necessário garantir estabilidade institucional e segurança jurídica no setor, além de reavaliar medidas regulatórias, como a duração dos contratos, encargos, incentivos e subsídios.
Outras fontes alternativas podem ser utilizadas em substituição à energia elétrica, mas demandam investimentos e quebra de paradigmas. Temos grande oportunidade ao explorar e viabilizar a instalação de PCH’s, havendo interesse por parte de investidores em atuar nesse segmento e grande potencial em Goiás e no Brasil, mas, infelizmente, ainda não tem sido dada atenção a esse setor. A energia solar e eólica, da mesma forma, podem ser melhor exploradas. O gás natural também pode ser uma solução, mas o preço praticado no Brasil é um dos mais elevados do mundo, o que inibe a ampliação do seu consumo.
O assunto energia tem sido amplamente discutido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e é uma das prioridades de nossa agenda para desenvolvimento do Brasil, contidas no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 e na Agenda Legislativa da Indústria.
Esse é mais um tema que entendemos ser de grande relevância e que precisa de providências para que o Brasil possa consolidar um ambiente mais atraente para os negócios, mais produtivo, inovador e integrado ao mercado internacional.
Paulo Afonso Ferreira é vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
O artigo foi publicado no jornal O Popular neste domingo (24).
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