Educar para avançar

Em artigo publicado no jornal O Popular, o vice-presidente da CNI Paulo Afonso Ferreira fala da importância de a educação brasileira acompanhar as novas tecnologias e a evolução nos processos produtivos para atender as necessidades de desenvolvimento do país

Novas tecnologias e evolução nos processos produtivos têm exigido adaptação nos sistemas de educação para atender demandas que são determinantes para o desenvolvimento das nações. Esse é um dos grandes desafios no Brasil. Mesmo com aumento do nível de escolaridade e redução da taxa de analfabetismo, a qualidade da educação básica brasileira ainda precisa de aprimoramentos e a oferta de formação técnica e profissional, mesmo que o Sistema S tenha uma atuação de excelência, ainda há espaço para sua ampliação.

Mais de 17 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão fora da escola. Onde estão esses jovens? O que estão fazendo? Conforme estudo da CNI, Relatório Competitividade Brasil 2017-2018, o Brasil ocupa a 10ª posição entre 16 países no fator Educação, atrás de países como Chile e Argentina. Segundo avaliação do PISA, entre 73 países, ocupamos a 68ª posição em Matemática, 68º lugar em Ciências e 62ª posição em Leitura.

Menos da metade dos alunos das escolas públicas finalizam o 3º ano do ensino fundamental plenamente alfabetizados. Apenas 51% dos alunos que completam o 5º ano na rede pública apresentam nível de aprendizado adequado em Língua Portuguesa e só 39% em Matemática. A maioria dos jovens que concluem o ensino médio na rede pública não saem preparados para enfrentar o mercado de trabalho. A cada 100 alunos, apenas 4 possuem nível de aprendizado adequado em Matemática e 21 em Língua Portuguesa.

Em relação ao ensino superior, gastamos muito, mas não gastamos bem. Não há universidades brasileiras entre as 100 melhores do mundo e o percentual da população com formação superior no Brasil é de 16,3%, enquanto a média dos países da OCDE é de 43,1%, nos EUA 47,5% e na Coréia do Sul 70%. Precisamos de uma reforma profunda no ensino superior, de modo que seja dada ênfase na geração de conhecimento e aplicação de soluções para o Brasil.

Além dos desafios citados acima, a prática pedagógica no Brasil precisa ser avaliada, pois o tempo de exposição efetiva à aprendizagem de um aluno brasileiro está muito abaixo de sistemas educacionais de sucesso em outros países. O professor no Brasil gasta 26% de sua carga horária com atividades de planejamento e organização de sala de aula.

Diante desse contexto, são alguns desafios: elevar a qualidade na educação básica, ampliar a oferta de ensino médio integrado com a formação técnica e profissional e promover maior integração entre empresas e universidades para adequação de seus currículos às reais necessidades da sociedade.

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