Unidos pelo desenvolvimento regional

Em artigo publicado no jornal A Tribuna, presidente da FIEAC escreve sobre a importância de se fortalecer a política de estímulo ao desenvolvimento da região norte do país

O Norte responde por apenas por 6,2% do PIB da Indústria brasileira. Este baixo índice escancara a urgência de se fortalecer a política de estímulo ao desenvolvimento da região. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que a cada R$ 1 produzido na indústria, são gerados R$ 2,4 na economia brasileira. O desenvolvimento da indústria em regiões mais carentes representa a melhor solução para reduzir o crescente abismo entre os mais ricos e mais pobres no país alardeado pelo noticiário recente.

Nesse contexto, o debate sobre os instrumentos de estímulo ao desenvolvimento regional no âmbito da reforma tributária e a urgência da melhoria da infraestrutura e logística no Norte ganham relevância ainda maior. Só com medidas concretas nessas duas frentes será possível reduzir a distância existente no quesito competitividade industrial entre o Sul/Sudeste com as demais regiões do país. O ‘Seminário de Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades’, a ser realizado na CNI, em Brasília, nesta segunda-feira (28), vai debater temas fundamentais para a nossa região.  

O Norte e Nordeste concentram um terço da população brasileira, mas respondem por apenas 19,6% do PIB industrial nacional. O Sul e Sudeste, com pouco mais da metade da população brasileira, concentram quase três quartos do PIB industrial. No PIB per capta, a discrepância é ainda maior. O Norte (R$13,9 mil) e Nordeste (R$16 mil) ficam muito aquém da média nacional (R$26mil). Há algo muito errado quando um estado como o Acre responde por apenas 0,1% do PIB industrial brasileiro. Os dados deixam claro que os mecanismos para estimular o desenvolvimento do Norte precisam ser intensificados.

Chama a atenção que praticamente todas empresas tomadoras de empréstimos incentivados do Norte e Nordeste estejam inadimplentes, como atualmente ocorre nos Fundos de Investimentos da Amazônia (FINAM) e do Nordeste (FINOR). A equivocada sistemática operacional adotada pelos Fundos, com acentuado atraso na liberação dos desembolsos dos projetos, explica esse inacreditável resultado. Existem 1.736 empresas beneficiárias em situação de inadimplemento, sendo 653 com carteira de títulos do FINAM (BASA) e 1.083 com carteira de títulos do FINOR (BNB). Essas empresas acumulam um passivo de R$ 44 bilhões, sendo que o percentual de inadimplência alcança cerca de 99% desses empreendimentos.

Reunir lideranças empresariais do país, parlamentares e especialistas no assunto para debater de forma séria e aprofundada alternativas para desenvolver a indústria da Região Amazônica e da Região Nordeste é fundamental. Só iniciativas como o Seminário de Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades, organizado pela CNI, são capazes de construir uma agenda positiva, que induza ações cooperativas entre o setor público e o privado a fim de reunir esforços que promovam a redução das desigualdades regionais de forma consistente e sustentada.

José Adriano é presidente da Ação Pró-Amazônia e da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC)

artigo foi publicado no jornal A Tribuna nesta quinta (24). 

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