Brasília - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de ampliar o ritmo de redução da Selic, com queda de 0,75 ponto percentual, é indispensável para enfrentar o quadro atual de enfraquecimento da atividade econômica brasileira, em especial da indústria. Esse quadro e a expansão da liquidez internacional justificam a ação mais agressiva do Banco Central, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo a CNI, o fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e a queda da produção industrial em janeiro, apurados pelo IBGE, explicitam a situação de perda de ritmo da atividade industrial. A crise europeia influenciou esse desempenho, mas as raízes dessa retração são também estruturais e não apenas conjunturais. Entre outros fatores que elevam o custo de produzir no Brasil, estão o câmbio sobrevalorizado e juros reais dos mais altos do mundo.
A CNI destaca que, com certeza, há necessidade imediata de novas reduções na Selic. A inflação está em desaceleração e a indústria precisa de ações urgentes para recuperar o ritmo da atividade. Uma queda mais incisiva dos juros também contribuirá para amenizar as pressões sobre a moeda brasileira, valorizada pela maciça entrada de capitais de curto prazo no país.
Para tanto, defende a CNI, é fundamental executar uma política fiscal não expansionista, o que proporcionaria maior espaço para cortes adicionais nos juros. Conclui que essa nova combinação da política macroeconômica é essencial para a retomada do crescimento do PIB acima da média mundial.