O Brasil precisa adotar medidas duras, porém eficazes, para que o país volte a crescer. O alerta foi feito nesta sexta-feira (8) pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. "Estamos na expectativa de ver medidas modernas, mas que são difíceis de serem apresentadas, como a reforma da Previdência e a modernização das leis trabalhistas. Sem isso não teremos um futuro promissor", disse Andrade ao deixar a reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).
O encontro, que reuniu 150 dirigentes de grandes empresas na sede da CNI, em Brasília, teve a participação do presidente em exercício Michel Temer, dos ministros Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e José Mendonça Filho, da Educação, além da presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques. Na saída do evento, Andrade disse que a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões, prevista para o próximo ano, é uma demonstração de responsabilidade do governo de apresentar as dificuldades e o esforço que será feito para buscar o equilíbrio das contas públicas. O presidente da CNI reafirmou que os industriais não aprovam o aumento de impostos para elevar a arrecadação do governo. "Há muito espaço para reduzir a máquina pública", afirmou. "Um aumento da carga tributária agora resultará na redução da arrecadação e no aprofundamento da crise", observou Andrade.
INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE - Segundo ele, o presidente em exercício, Michel Temer, se comprometeu a discutir e apoiar medidas que promovam a inovação nas empresas. Como exemplo, citou a redução do prazo para avaliação dos processos de patentes pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). "Atualmente, o INPI demora cerca de 11 anos para conceder uma patente, enquanto que a média nos demais países é de 3 anos", afirmou Andrade.
O presidente da CNI reforçou a importância da inovação para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. "Inovação é condição inequívoca para as empresas competirem nos mercados globais, pois permite ganhos significativos de produtividade, cria empregos de qualidade, aumenta a renda, fortalece a indústria e gera prosperidade para a população", disse, ao abrir a reunião da MEI.
Ele reconheceu que a agenda da inovação é complexa, especialmente no Brasil, um país diversificado e com grandes diferenças regionais. Mas destacou que é preciso tratar o tema com urgência. A MEI, movimento coordenado pela CNI que reúne mais de 100 líderes empresariais das maiores empresas do país, tem uma agenda com temas prioritários para estimular a inovação no Brasil.
Os principais eixos da agenda da MEI são:
1. Marco regulatório da inovação e propriedade industrial
2. Marco institucional da inovação
3. Financiamento à inovação
4. Inserção global via inovação
5. Recursos humanos para inovação
6. Pequenas e médias empresas inovadoras