O setor industrial contribuirá para redução dos efeitos da severa estiagem que atinge a Bacia do Rio São Francisco. Em proposta encaminhada à Agência Nacional das Águas (ANA), o setor industrial instalado na região se compromete a reduzir em 14% as captações do São Francisco em relação ao volume captado em maio. As reduções de captação hídrica a serem feitas por cada indústria será analisada pela ANA.
 
Se aceita a proposta, o setor industrial passa a contribuir com o racionamento de água determinado pela ANA para a região, com menor impacto na economia e na sociedade da região.  O compromisso de reduzir a captação de água  foi assumido em carta enviada pela Confederação Nacional da Industria (CNI) à ANA. A proposta da indústria foi construída em parceria com federações de indústrias de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, o Instituto Brasileiro de Mineração e representantes do setor mineral e outros setores industriais presentes na bacia. Essa proposta conta, também, com o apoio das Federações de Indústrias do Estado de Goiás e do Distrito Federal.
 
Na avaliação da indústria, a determinação da ANA trará severos prejuízos socioeconômicos à região. Esse tipo de interrupção na captação da água compromete o processo operacional da indústria.  Em  alguns segmentos, como os de mineração e de alimentos, paralisará a linha de produção em  dois a três dias, em média, o que pode gerar perdas de até um terço da produção.
 
“O impacto de tais medidas reverbera em toda cadeia de fornecedores e clientes, gerando efeitos negativos de ordem econômica, como perdas no recolhimento de tributos nos municípios, estados e União, e repercussões sociais nos níveis de emprego e renda na região”, destaca a CNI na carta.
 
Atualmente, são 183 outorgas para indústrias na região da Bacia do São Francisco, que representam aproximadamente 12% das demandas de água na bacia.