O crescimento de 0,2% da economia brasileira no segundo trimestre em relação ao período imediatamente anterior mostra que o pior da crise ficou para trás. A expectativa é que a recuperação gradual se mantenha nos próximos meses, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ao analisar os dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a CNI destaca que, apesar da queda de 0,5% do PIB Industrial registrada no segundo trimestre frente aos primeiros três meses do ano, nem todo o setor recuou no trimestre.
A indústria extrativa cresceu 0,4% e, a de transformação, 0,1% frente aos primeiros três meses do ano. Foi o segundo trimestre consecutivo de crescimento da indústria de transformação. No primeiro trimestre a expansão do setor foi de 1,1%. "A forte oscilação no desempenho da indústria de transformação é comum em períodos de saída da crise", observa o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Ele destaca que a surpresa positiva do segundo trimestre foi o aumento do consumo, que subiu 1,4% na comparação com o período imediatamente anterior, impulsionado pela liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a queda dos juros, do desemprego e da inflação. À exceção dos saques do FGTS, esses fatores continuarão estimulando o consumo e a atividade nos próximos meses, prevê a CNI.
No entanto, os investimentos continuam caindo. Com a queda de 0,7% no segundo trimestre, os investimentos representaram apenas 15,5% do PIB. Antes da crise, ficavam em cerca de 20% do PIB. Neste momento, em que a ociosidade da indústria está elevada, o baixo investimento não prejudicará a retomada do crescimento. No entanto, alerta a CNI, no futuro, será necessária aumentar o investimento para elevar a capacidade de produção e garantir o crescimento sustentado da economia.
Da Agência CNI de Notícias