As medidas do Plano Brasil Maior, somadas à redução dos juros e à liberação de recursos para investimentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), devem ajudar a economia brasileira a se recuperar em 2013, na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Em reunião do Fórum Nacional da Indústria, na sexta-feira, 20.07, em São Paulo, disse não acreditar que as decisões do Plano Brasil Maior surtam efeito a ponto de recuperar a produção ainda este ano, mas sim no próximo.
“Não acreditamos em uma retomada no segundo semestre porque a indústria ainda está com estoques muito elevados, mas a tendência é que melhore. Para 2013, prevemos um crescimento da economia em torno de 3% ou 4%. Todas essas medidas levam um tempo para surtir efeito, mas um bom resultado é que elas já estão aumentando o otimismo e revertendo a expectativa negativa dos empresários”, declarou Andrade, após a reunião do Fórum Nacional da Indústria, que congrega dirigentes de 44 associações nacionais setoriais e das federações de indústrias dos estados.
Novo pacote – O presidente da CNI anunciou que o empresariado da indústria espera novas medidas que ajudem a recuperar a competitividade do setor. Defendeu, entre elas, a redução do custo de energia elétrica, a extensão a mais setores da desoneração da folha de pagamentos, a dinamização dos investimentos em aeroportos e a concessão à iniciativa privada das administrações dos portos. “Estamos esperando para agosto um novo pacote de medidas. É preciso dar incentivos para a indústria crescer”, assinalou.
As propostas de ampliação do Plano Brasil Maior, discutidas na reunião do Fórum Nacional da Indústria, serão encaminhadas por Andrade ao governo na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) marcada para o próximo dia 2 de agosto. O CNDI é o organismo responsável pela gestão do Plano Brasil Maior.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, que participou da reunião do Fórum, defendeu a agilização das Parcerias Público Privadas, as PPPs como um dos mecanismos para melhorar a infraestrutura. “Precisamos trabalhar as PPPs. Se não caminharmos para esse lado, vamos ter poucos investimentos em infraestrutura”, advertiu.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdid), Paulo Godoy, reforçou a argumentação de Safady Simão. “O governo dá sinais de que vai liberar novas concessões para rodovias, ampliar as dos aeroportos, abrir para portos, e que vai desonerar a tarifa de energia elétrica. São medidas importantes para aumentar o poder de competição da indústria”, concluiu Godoy.