Primeiras bolsistas do Inova Talentos contam histórias de sucesso que passaram pelo programa em encontro anual

Para trocar cartões de visita e dicas profissionais, bolsistas do programa Inova Talentos, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), se reuniram nesta quarta-feira (29) em São Paulo. O encontro é realizado anualmente para que os participantes possam compartilhar os avanços em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e buscar inspirações para o ano seguinte.

Este ano, a reunião foi ainda mais especial porque também comemorou os 10 anos do Inova Talentos e trouxe a primeira tutora e as primeiras bolsistas do programa, que atuaram na Natura em meados de 2013.

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Formada em Química Tecnológica e pós-graduada em Cosmetologia, Mariana Cabral, foi uma dessas primeiras bolsistas e se emocionou ao relembrar o início da trajetória. Ela e o irmão foram os primeiros da família a fazerem curso superior e perceberam que o mercado de trabalho é bastante concorrido, mesmo com toda dedicação.

“Na época que eu estava procurando uma oportunidade, fiquei sabendo do Inova Talentos por meio de uma amiga, que já trabalhava na Natura. Na entrevista até falei que tinha pouca experiência, mas muita vontade”, contou a especialista.

Dali em diante, tudo mudou na vida da Mariana. “Conheci pessoas incríveis que me ensinaram e me apresentaram um mundo. Depois que o projeto da Natura acabou, fui indicada por uma das minhas colegas para a Solvay. Quando decidi fazer essa mudança, abri mão de um sonho, que era trabalhar com cosméticos, para crescer na minha carreira, mas não tenho arrependimentos”, explicou. “Entrei em um time grandioso, fui para a França, voltei com mais conhecimento e me tornei tutora do Inova Talentos na Solvay”, complementou a coordenadora de laboratório de aplicações da Solvay.

Como dica para os atuais bolsistas, Mariana sugere que prestem atenção ao ambiente de trabalho para absorverem desde a cultura da instituição, quanto o que as pessoas têm a comunicar. Ela explica que é dali que saem exemplos do que fazer e do que não fazer.

“Sou muito fã do programa porque eu sei a diferença que ele fez na minha vida profissional e pessoal também. Hoje, aqui, vejo pessoas que nesses 10 anos eu encontro, reencontro e converso com frequência. Preservem relações e se apeguem aos bons modelos”, destacou a ex-bolsista.

Mariana Cabral tem uma história de sucesso dentro do Inova Talentos

De engenheira à marketeira da Natura

Colega da Mariana na primeira seleção de bolsistas do Inova Talentos, Juliana Baladi fez faculdade de Engenharia Química e queria trabalhar com maquiagem.

“Queria trabalhar em laboratórios, fazendo os produtos que eu tanto gosto de usar”, relatou Juliana.

Mas assim como a parceira, na hora de ingressar no mercado, viu que não seria fácil. Por indicação do pai, Juliana começou a fazer uma pós-graduação em Administração e brincou que “o curso serviu para eu conhecer uma pessoa que também já trabalhava na Natura e me falou sobre o Inova Talentos”.

Depois que entrou na empresa, a admiração pela pesquisa cresceu ainda mais e possibilitou que ela atuasse em diversas áreas até que, por fim, Juliana ficou por cinco anos em contato com maquiagens. “O programa me colocou lá dentro para trabalhar os pesquisadores mais brilhantes do país", afirma.

"Depois de cinco anos na área, percebi que eu virei referência e fui chamada para reuniões da equipe global para saber a minha opinião sobre os produtos e sobre o mercado”, disse a engenheira química, que depois de tanto sucesso, foi convidada para migrar para a equipe de marketing da Natura, onde trabalha atualmente.

O Inova Talentos foi porta de entrada para Juliana entrar na Natura

A visão das empresas

Depois de 10 anos como tutora, a gerente de inovação da Natura, Daniela Diógenes, pôde falar com clareza sobre o início e os benefícios dessa parceria. Em 2013, ela percebeu uma demanda por pesquisadores qualificados e dificuldade em encontrá-los no mercado.

“Trabalhamos com inovação aberta há muito tempo, então tudo que tinha como foco impulsionar isso no país, nós buscávamos agregar a marca. Por isso, há 10 anos, demos oportunidade para o IEL com esse programa. Nós tínhamos uma demanda e vimos o Inova como solução”, contou a especialista em inovação que foi a primeira tutora do programa dentro da empresa de cosméticos e beleza.

Diante de tanto sucesso, a previsão é que a parceria continue por tempo indeterminado. “Vocês têm o dom de encontrar pessoas muito talentosas. O Inova Talentos é um programa de muito sucesso”, elogiou Daniela.

Daniela afirma que o Inova Talentos é uma forma de encontrar bons profissionais

O que o Inova Talentos faz em uma década?

Desde sua criação, em 2013, o programa Inova Talentos, desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), tem sido um catalisador da inovação no Brasil, com foco na integração entre academia e indústria. Cerca de 3 mil pesquisadores receberam bolsas na última década para atuar em diferentes setores industriais, movimentando mais de R$ 148 milhões em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

O projeto possibilita que graduandos, graduados, mestres e doutores trabalhem em conjunto com empresários para transformar pesquisa em negócios, produtos e serviços, desenvolvendo desde softwares inovadores até novos compostos químicos farmacêuticos.

Cerca de 15% de bolsistas são contratados em outras empresas logo após concluírem o período de 12 ou 24 meses na companhia onde desenvolveram o projeto. A taxa de efetivação de bolsistas nas mesmas empresas onde atuaram é o que mais chama a atenção: 65% deles permanecem.

O desafio, agora, de acordo com o superintendente do IEL, é expandir o programa. “O Inova Talentos atua, majoritariamente, com grandes empresas, lugares em que a alta direção já está convencida de que a inovação é o motor do desenvolvimento, mas as pequenas e médias companhias também precisam se beneficiar disso. É justamente esse o desafio que temos agora: levar o Inova Talentos para pequenas e médias empresas”, conta Vaz.