Na COP28, BRF discute segurança alimentar, rastreabilidade e transição energética

Uma das maiores companhias de alimentos do mundo, a BRF conta com um plano de sustentabilidade dividido em metas e compromissos para garantir a transição para uma economia de baixo carbono

foto colorida de telas com logo da BRF

De olho na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), a indústria brasileira está assumindo compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para uma economia de baixo carbono. A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, está incluída nesse grupo.

Em 2021, a empresa assumiu a meta de ser NetZero (zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa) até 2040. Esse é um dos compromissos que ela vai apresentar em Dubai, além de abordar questões como segurança alimentar e rastreabilidade da cadeia de produção. Em 2022, a BRF reduziu 26% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação ao ano-base (2019).

Rastreabilidade

A diretora de Reputação e Sustentabilidade da BRF, Raquel Ogando, explica que a empresa está focada em desenvolver uma agricultura de baixo carbono desde o início da cadeia, que começa na compra dos grãos de milho utilizados na fabricação das rações animais.

Nesse sentido, revisaram a meta FLAG, uma metodologia de SBTi (da sigla em inglês para “iniciativa de metas baseadas na ciência”) que tem como objetivo incentivar as empresas a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa relacionadas à agricultura, florestas e outros usos do solo.

Assim, a BRF vem trabalhando a rastreabilidade dos grãos, estabelecida por sua política de compra sustentável, garantindo que os produtos não sejam obtidos de áreas de desmatamento e estejam de acordo com as normas de compliance em relação às práticas trabalhistas.

Os resultados são visíveis: 100% dos grãos comprados diretamente dos produtores são rastreados. A meta é que até 2025 a rastreabilidade também esteja presente em 100% das compras indiretas. Em 2023, a Companhia avançou de 45% para 75% dos indiretos.

Iniciativas de baixo carbono

Em relação à transição energética, a BRF firmou parcerias com instituições financeiras para garantir a troca da matriz energética do início da cadeia por energias renováveis. Dos cerca de 10 mil produtores associados à empresa, mais de 1,5 mil já contam com energia solar, o que também se reverte em economia para eles.

“Nós estamos buscando soluções que viabilizem a transição energética e, ao mesmo tempo, possam ter viabilidade econômico-financeira”, afirma Ogando.

Para isso, uma das estratégias adotadas foi a adaptação da sigla ESG (environmental, social and governance – ambiente, social e governança) para E-ESG, de forma que o âmbito econômico também seja considerado. Com isso, a BRF promove a compra sustentável de grãos e o agronegócio de baixo carbono.

A diretora da BRF destaca ainda a parceria firmada com a AES Brasil para a construção de um parque eólico, que já está em fase de testes. Atualmente, 90% da energia consumida pela empresa é proveniente fontes renováveis, e o objetivo é que esse desempenho seja ampliado à toda a cadeia produtiva.

E a eficiência operacional não fica de fora. A empresa também está atenta para uma produção mais sustentável, buscando principalmente a redução do consumo de água. Com a meta de reduzir 13% do volume consumido, a BRF tem aliado inovação e tecnologia. Exemplo disso é a utilização da lavagem a seco nas plantas de produção.

As boas práticas de transição para uma economia de baixo carbono também se aplicam ao final da cadeia. Por exemplo, a empresa está trabalhando para garantir que 100% das embalagens sejam recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis até 2025, algo que, hoje, gira em torno de 90%.

Relacionadas

Leia mais

Como foi o dia na COP28? Temos um resumo
Biocombustíveis, descarbonização e financiamento: o que rolou na segunda-feira na COP28
Gigante brasileira do etanol é um dos destaques na COP28

Comentários