O projeto SESI Lab Itinerante desembarca em Pinhais, no Paraná, nesta quarta e quinta-feira, 5 e 6 de novembro. A caravana, que roda o país levando alguns aparatos e oficinas do museu até o público, agora vai integrar a programação do Festival Regional SESI de Educação no estado. De novembro de 2023 - quando o projeto começou - até hoje, o SESI Lab Itinerante já percorreu 8 cidades e atendeu um público estimado em mais de 42 mil pessoas.
A Superintendente de Cultura do Serviço Social da Indústria (SESI), Cláudia Ramalho, explica que levar a experiência do SESI Lab em um formato pocket para outros estados do país é uma forma de ampliar o acesso, a inclusão e a divulgação do museu para além de Brasília. “O espaço é uma referência em arte, inovação e popularização da ciência. Queremos que todos tenham a oportunidade de conhecer e descobrir que é possível aprender ciência de diferentes maneiras”, reforça.
Um museu que cabe em todas as cidades
A ideia por trás do SESI Lab Itinerante é expandir o acesso e o conhecimento do público que não pode ir à sede do museu em Brasília. E se o público não pode ir ao museu, o museu vai ao público.
A coordenadora de Ações Culturais e Exposições do SESI Lab, Carolina Vilas Boas, explica que o projeto itinerante surgiu como uma demanda natural dos museus hoje em dia: ter exposições e ações educativas que possam ir a outros locais além da sede. “A ideia inicial era atender regiões próximas a Brasília, mas logo ficou claro que o nosso território era maior e abrangia todo o Brasil, aproveitando a capilaridade dos Departamentos Regionais do SESI”, diz. “O projeto, aos poucos, foi se tornando uma ferramenta de troca de conhecimento e formação, cumprindo nossa missão como emanador de políticas do Departamento Nacional do SESI”, conta.
Ainda este ano, o SESI Lab Itinerante vai para Manaus (AM), em 21 e 22 de novembro, e Olinda (PE), nos dias 12 e 13 de dezembro. Para os próximos anos, a ideia é conseguir expandir o tempo que o projeto fica em cada cidade. Atualmente, a exposição e as oficinas duram de dois a três dias, geralmente dentro da programação de torneios de robótica ou de educação.
E como funciona?
Levar uma versão pocket do SESI Lab para outras cidades é uma operação complexa. Tudo começa com a manifestação de interesse dos Departamentos Regionais. Após a definição das datas de cada itinerância, há a etapa de contratação de transporte e de seguro dos aparatos, além da definição da planta arquitetônica onde será instalado o projeto. Para facilitar esta parte, o SESI Lab conta com 23 módulos autoportantes que podem ser montados em espaços variados, mas sempre com a cara do museu em Brasília.
Cada itinerância conta com 10 aparatos interativos do museu. Atualmente, a maioria deles é retirado do museu para a viagem e reinstalada novamente após o evento. No entanto, para ampliar a capacidade de atendimento, oito aparatos estão sendo desenvolvidos especificamente para cair na estrada, com adaptações que facilitam o transporte e garantem mais segurança no processo. Em Brasília, a equipe de manutenção dos equipamentos faz reposição de insumos e estoque de materiais para as atividades.
Um deles é o famoso Sombras Coloridas, que revela as cores que compõem a luz branca e cria, literalmente, sombras coloridas. Outro aparato que também integra a exposição é o Jogo de Cooperação, no qual os visitantes devem trabalhar juntos para mover os pinos de um grande tabuleiro de um lugar para o outro. Além do espaço expositivo, o público participa de oficinas educativas, como a Insetos Elétricos e a Broche de Luz, que permitem aos visitantes criar diferentes circuitos elétricos.
O transporte é feito por rodovias – e os números impressionam: já são mais de 15 mil quilômetros rodados por todo o país. Chegando ao destino, começa a parte da montagem, que inclui desembalar e montar os aparatos, que chegam protegidos por plástico-bolha, glassline e outros materiais. Todo o processo é acompanhado por uma equipe do SESI Lab em parceria com o Departamento Regional.
Em outra ponta do processo acontece a formação das equipes locais, responsáveis por receber o público na exposição e ministrar as oficinas mão na massa.
“A lógica é manter o espírito do que é ter uma experiência presencial no SESI Lab”, explica Thalles Araujo de Morais, da equipe de exposições e ações culturais do museu. “O mediador é um facilitador da experiência e ajuda a levantar questões para instigar essa interação. O ponto não é dar respostas certas, mas sempre despertar conhecimento e criatividade a partir das ações que a gente promove”, afirma.
“A formação das equipes acontece nos dias que antecedem o evento”, explica João Vítor Rocha, do programa educativo do SESI Lab. Nas cidades de Vitória (ES) e Canoas (RS), professores passaram por formação e receberam certificado de participação. “Nossa equipe fornece uma formação completa sobre mediação em exposições e oficinas. Apresentamos o SESI Lab, suas premissas e as atividades que serão realizadas por eles. A participação do público é bem intensa, com uma alta procura pelo espaço”, revela.
Experiências gratificantes
Uma das mais de 42 mil pessoas que passaram pelo SESI Lab Itinerante foi José Antônio, de 55 anos. Em setembro, ele visitou o projeto no Centro Cultural Solar Bela Vista, em Natal (RN), e participou da oficina de broche de luz com circuitos elétricos com a família. “Foi maravilhoso poder fazer essa atividade. A gente aprendeu algo novo e, ao mesmo tempo, se divertiu muito”, avaliou.
Para o presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SESI-RN, Roberto Serquiz, a iniciativa cumpriu um papel fundamental. “Foi gratificante acompanhar a interação da juventude com as oficinas. A ação, promovida pelo Sistema Indústria em parceria com o SESI Nacional, reuniu o estímulo à criatividade, ao espírito de experimentação, à capacidade de raciocínio, à cooperação e ao trabalho em equipe”, afirmou.
No Maranhão, onde o projeto esteve em fevereiro deste ano, professores da rede SESI de educação atuaram como monitores das atividades. O professor Oswaldo Neto, que integra a equipe do SESI Casarão da Indústria, divertiu e encantou o público, crianças e adultos, ensinando de maneira simples como se dá a propagação do som. "A ciência é uma investigação contínua e os alunos podem enveredar por esse caminho. Experiências como essa tiram as pessoas daquele senso comum de que a ciência é uma coisa abstrata. Não é”, analisou.




