Carros velozes, robôs habilidosos e apaixonados pela robótica marcam 2º dia do Festival

Com o início das partidas oficiais, estudantes colocam seus carros de Fórmula 1 na pista e os robôs nas arenas. Nos bastidores, paixão pela robótica move pais, técnicos e voluntários

Uma disputa acirrada! Depois de um dia de esquenta, com muita festa e treino, foi a vez dos robôs e dos carrinhos de Fórmula 1 entrarem em cena. Neste sábado (28), segundo dia do Festival SESI de Robótica, começaram as partidas oficiais nas três modalidades: FIRST LEGO League Challenge (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC) e F1 in Schools. 

Para a competição nas arenas e nas pistas, os robôs e os carros passam por meses de testes e aprimoramentos. No caso do F1, há evolução até mesmo de um ano para o outro, já que, ao contrário de FLL e FTC, cujos desafios mudam a cada temporada, o objetivo é um só: ser o mais veloz da pista. 

Quem explica é o integrante da Apuema Korê, da Escola SESI de Itacoatiara, no Amazonas. 


“As principais evoluções do carro em comparação à última temporada foram as rodas e os aerofólios, que renovamos totalmente. As rodas são inspiradas nos carros de Fórmula 1, mas os aerofólios, nos de fórmula indy, porque são extremamente aerodinâmicos. A asa modelada em 2021 tinha problemas na impressão, aí melhoramos a aparência e o coeficiente aerodinâmico”, detalha Felipe Gabriel, responsável pela engenharia.


 

Felipe Gabriel, Clara Conceição e Beatriz dos Anjos, de Itacoatiara (AM), em seu primeiro torneio nacional

Únicos representantes do estado entre as 40 equipes que competem na modalidade, eles estão empolgados e orgulhosos do trabalho que fizeram para o torneio nacional. Itacoatiara fica a 270 km de Manaus e eles encararam oito horas de viagem até a capital mais o trajeto de avião. Durante a competição, além da corrida na pista, eles fazem cinco apresentações, de até 10 minutos cada: engenharia, empreendedorismo, gestão de projeto, projeto social e uma geral.

Na FLL e no FTC, os competidores também são avaliados por um conjunto de critérios: 

FLL: desempenho do robô no tapete, design do robô, core values (valores como competição amigável, união e inovação) e projeto de inovação;  

FTC: desempenho do robô na arena no formato de aliança (2 equipes contra 2), engenharia e design do robô, ações sociais e de patrocínio, empreendedorismo. 

Coração a mil! A arena do FTC tem robôs e emoções maiores ainda 

No FTC, os alunos começam a ter uma visão mais madura das competições de robótica, em que eles precisam, além de competir, apresentar projetos de engenharia, procurar patrocinadores e focar em ações sociais. O estudante João Victor da Silva Campos, da equipe XMachine (BA), fala que além de ter que controlar o coração, eles precisam controlar as expectativas.  

“Foi um ano intensivo de treinos, estudos e pesquisa, um trabalho de muita dedicação para chegar no nacional e dar nosso melhor. Não estamos apenas competindo, mas trazendo também a representatividade baiana. Nosso Pit é todo decorado nas pulseiras do Senhor do Bom Fim, nosso robo é em formato de trio elétrico, nossas cores são da Bahia (azul, branco e preto), nós somos a Bahia. Não competimos apenas por nós, mas também por nossa cultura”, fala o estudante. 

A base da robótica não são os Legos 

Muito além dos competidores, a robótica é feita por muitos braços, que não estão sob o holofote, mas são a base dos estudantes. Família, amigos, técnicos e juízes são parte importante na experiência do Festival SESI de Robótica.  

Gabriela Fedalto, técnica suplente da equipe AC/DC/EG (SP) e mãe de competidora explica que a robótica é a melhor forma de ensinar jovens sobre o mundo real, além de ajudar academicamente.  

“A robótica melhora a concentração, o interesse no estudo, na pesquisa, no desenvolvimento social e ético, no interesse pela ciência, além de criar amizades e ensinar sobre responsabilidades e emoções negativas”. 

Com muitos anos de experiência, Gabriela fala que entrou na robótica como mãe, mas entrou de cabeça no mundo dos robôs. Hoje, ela não é apenas mãe de uma aluna, mas, como ela diz, “sou mãe da robótica”.  

“Eu respiro isso, vivo por eles e por mim. Meu coração fica a mil a cada competição. Temos que ser a base deles, porque o apoio da família é meio caminho para os alunos. Eles precisam dessa segurança, precisam saber que, independentemente do resultado, já fizeram o melhor deles, são amados. Também precisam desse pulso firme, tanto dos técnicos quanto dos pais. É uma grande família, somos unidos e ganhamos muita coisa assim, seja na vida pessoal ou nos prêmios”, declara Gabriela.

Gabriela Fedalto, á direito, é técnica e suplente, mãe de competidora e apaixonada pela robótica

Muito mais que ensinar, ser técnico é também abrir lugar no coração  

Ser técnico de uma equipe não é uma tarefa fácil, exige tempo, dedicação e muito amor envolvido. É uma função totalmente voluntária dos professores e, por isso, o trabalho deles é ainda mais inspirador. O Braulino Fortunado, técnico da LegoMito (PE), atua na função desde 2014 e diz que o a inspiração para a continuar vem dos alunos. 


“O que me move é ver o dia a dia de cada um, olhar pra carinha de cada um deles e perceber o quanto eles evoluíram ao longo do processo, como pessoas, alunos e profissionais.”, fala o técnico. 


A robótica traz muito para os alunos, que desenvolvem conhecimento nas áreas de programação, empresarial e de pesquisa. A competição prepara tanto para o próximo passo acadêmico quanto para o mercado de trabalho. O técnico Braulino explica que a melhor forma de ensinar é por meio da troca de conhecimentos.  

“Com certeza, o momento que eles mais aprendem é durante o processo integração, onde eles erram e vencem juntos. Eles também trocam com outras equipes e isso faz com que o processo de aprendizagem se potencialize. Por isso, eu acredito que os valores da competição são únicos e os alunos levam pra vida deles, o que eles aprendem aqui fica pra sempre”, declara Braulino.

Os anjos estão entre nós! Voluntários fazem a diferença nas competições 

Vestida com uma camiseta azul e uma auréola, Heloísa Anjos é uma das voluntárias que trabalham auxiliando as equipes e a organização do evento – sim, anjo no nome e na função! Ex-competidora das temporadas 2018 e 2019, a aluna do 3º ano se dedicou, pela segunda vez, a uma das tarefas mais nobres da competição: o anjo. 

“Tem o anjo de equipe, que ajuda os estudantes a cumprirem os horários, como das avaliações de sala, das partidas e do almoço, por exemplo. E tem o anjo de mesa, que ajuda os juízes de arena e as equipes durante os rounds, para que eles não esqueçam ou levem nenhuma peça que não possa. Neste ano, cada anjo está com umas três, quatro equipes” 

SAIBA MAIS - Acompanhe tudo sobre a temporada 2019/2020 do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League, do Torneio SESI de Robótica FIRST Tech Challenge e do Torneio SESI F1 nas Escolas aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook

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Festival SESI de Robótica 2022 - 2º dia

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