Dilma diz na CNI que Brasil não dará certo sem uma indústria forte

Este foi a mensagem da Presidente em discurso improvisado nesta sexta-feira, 13.04, na CNI

Brasília – A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira, 13.04, em discurso de improviso na Confederação Nacional da Indústria (CNI), a necessidade do país ter uma indústria fortalecida. “Não há hipótese do Brasil dar certo, de continuarmos nos desenvolvendo, distribuindo renda, gerando emprego, afirmando nossa soberania, tendo importância internacional, se não tivermos uma indústria forte”, declarou.

Disse não concordar com a tese de que a prevalência do setor de serviços sobre os demais segmentos da atividade econômica deve ser perseguida como característica de nação desenvolvida. “Não sou daquelas pessoas que acreditam que o mundo mudou e hoje é só serviços. Países que entraram nisso tendem a reverter em parte esse processo”, enfatizou.

A presidente da República esteve na CNI para conhecer o Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira. O programa investirá R$ 1,9 bilhão - dos quais R$ 1,5 bilhão financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – para ampliar a atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em inovação tecnológica e educação profissional para a indústria.

Assinalou que o programa, que prevê a criação de 23 institutos de inovação e 38 institutos de tecnologia, entre outras iniciativas, “abre uma nova agenda para o Brasil”. Segundo ela, “o SENAI é o que temos de mais qualificado para transformar a pesquisa e o modelo de inovação brasileiros”.

Sob aplausos, a presidente. da República alinhou, no que classificou de “entraves ao desenvolvimento sustentado do país”, os altos juros e spreads (diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro final), cobrados bem acima das taxas internacionais.

Acompanhada dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, da Educação, Aloizio Mercadante, dos presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da CNI, Robson Braga de Andrade, Dilma Rousseff percorreu uma exposição de projetos e equipamentos usados pelo SENAI. Parou em cada estande, fez perguntas e ouviu atentamente as explicações dos alunos do SENAI sobre o funcionamento dos equipamentos. Tomou a iniciativa de colocar óculos especiais para assistir a uma simulação em 3D.

Desafios – O presidente da CNI disse a Dilma Rousseff que o fortalecimento do Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira é o momento de se apostar no futuro. “Os investimentos serão fundamentais para que o SENAI amplie a sua participação nesse importante instrumento de democratização do ensino, de melhora da qualidade dos nossos profissionais e de incentivo ao emprego e ao crescimento econômico. Os nossos olhos estão voltados para os desafios da economia do século 21”, destacou Robson Braga de Andrade.

O presidente do BNDES sublinhou que “ o programa é o início do processo de reação competitiva da indústria brasileira”. De acordo com Luciano Coutinho, “estamos nos preparando para dobrar o tamanho do Sistema SENAI, de maneira a formar ou retreinar, nos próximos dez anos, mais de 50 milhões de trabalhadores”.

O Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira quer atingir 4 milhões de matrículas ao ano em 2014 na rede SENAI, quase o dobro das 2,5 milhões de matrículas registradas em 2011.

Fazem também parte do programa a compra de 81 unidades móveis e, até 2014, a construção de 53 centros de formação profissional. Os 38 Institutos SENAI de Tecnologia (IST) oferecerão às empresas serviços técnicos e tecnológicos, como metrologia, ensaios e testes laboratoriais para atestar ou elevar a qualidade dos produtos brasileiros. Atualmente, o SENAI presta serviços técnicos e tecnológicos para mais de 18 mil empresas por ano. Além disso, os Institutos de Tecnologia oferecerão educação profissional em todos os níveis, inclusive cursos superiores.

Conhecimento - Já os 23 Institutos SENAI de Inovação (ISI), que atuarão em rede com os Institutos de Tecnologia, explicou o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, serão aliados das empresas no desenvolvimento integrado de produtos, processos, pesquisa aplicada, solução de problemas complexos e antecipação de tendências tecnológicas. Essas unidades também formarão profissionais para gerar conhecimento e desenvolver tecnologias que atendam às necessidades da indústria.

Com atuação que atenderá a todos os setores da indústria e às demandas peculiares a cada região do país, os Institutos SENAI de Inovação se especializarão em oito áreas do conhecimento. Das 23 unidades previstas no programa, nove estarão voltadas para a produção, uma para microeletrônica, duas para engenharia de superfícies e fotônica, quatro para materiais e componentes, duas para tecnologia da comunicação e da informação, uma para tecnologias construtivas, três para energia e uma para defesa.

Como a inovação exige recursos humanos qualificados, os 53 Centros de Formação Profissional terão como foco a educação profissional de nível técnico, os cursos customizados e a educação a distância. As 81 novas unidades móveis levarão cursos de qualificação de curta duração a regiões onde existe demanda por profissionais qualificados, mas não há escolas fixas do SENAI.

Das 81 novas unidades móveis previstas, 50 devem começar a operar em 2012. Dessas, 12 serão da área de panificação, cinco de confecção, 10 de soldagem, 10 de construção civil, oito de automação e cinco de usinagem por comando numérico computadorizado (CNC). Em 2013, serão compradas escolas móveis para oferecer formação em outras áreas tecnológicas.

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