#67 – Energia barata, conta cara

Este episódio do Economia em 60 segundos dedica-se ao paradoxo da energia no Brasil, que apesar de ser barata, custa caro às indústrias e a população brasileira

O Brasil vive um paradoxo quando o assunto é eletricidade: a nossa energia é barata, mas custa caro às indústrias e ao contribuinte. Atualmente os reservatórios das hidrelétricas estão cheios, e por vezes, até jogamos água fora. Fica difícil entender por que a indústria brasileira paga a segunda conta de luz mais cara do mundo, atrás somente da Itália.

Por que a energia está tão cara?

A nossa energia é barata, mas a conta é cara porque no meio do caminho pagamos muitos subsídios, encargos, taxas, impostos, reservas de mercado, e por aí vai.

No Brasil, os grandes consumidores industriais migraram para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) de energia elétrica, em busca de preços menores. No entanto, a maioria das indústrias – que são as pequenas e médias – continua no mercado regulado, no qual a tarifa é mais cara. 

Como pagar menos na energia elétrica?

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 56% das indústrias que estão no mercado cativo – aquele tradicional em que a energia é comprada junto às concessionárias – têm interesse em migrar para o mercado livre, a partir de 2024.

Atualmente, cerca de 10,5 mil empresas industriais operam nesse modelo em que o consumidor negocia direta e livremente com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia. Há potencial para outras 45 mil migrarem.

Saiba mais: 56% das indústrias do mercado cativo desejam migrar para o mercado livre de energia

Mercado Livre X Mercado Cativo

Entenda as diferenças e vantagens para a energia: 

Mercado Livre ou Ambiente de Contratação Livre (ACL)

O mercado livre de energia elétrica tem entre suas diversas vantagens:

  • Livre escolha do fornecedor de energia elétrica;
  • Preços mais competitivos que o mercado regulado, chegando a descontos de 20%;
  • Flexibilidade na negociação, em prazos, volumes e fontes contratadas;
  • Previsibilidade maior de custos, pois os ajustes nos contratos podem variar menos que as tarifas do mercado regulado.

O mercado livre de energia elétrica é um ambiente de negócios no qual empresas geradoras, comercializadoras e consumidoras podem contratar e negociar livremente o fornecimento de energia elétrica.

Mercado Cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR)

O Ambiente de Contratação Regulada é uma modalidade de negociação que possibilita as distribuidoras comprarem energia elétrica em leilões por um preço definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

As distribuidoras revendem a energia comprada para o mercado de consumidores que estão na sua região de atuação. As tarifas são reguladas e compostas pelos custos da compra, transmissão e distribuição da energia, além dos tributos. É importante ressaltar que os valores das tarifas são reajustados todos os anos e não podem ser negociados. 

 

 

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