O Brasil vive um paradoxo quando o assunto é eletricidade: a nossa energia é barata, mas custa caro às indústrias e ao contribuinte. Atualmente os reservatórios das hidrelétricas estão cheios, e por vezes, até jogamos água fora. Fica difícil entender por que a indústria brasileira paga a segunda conta de luz mais cara do mundo, atrás somente da Itália.
Por que a energia está tão cara?
A nossa energia é barata, mas a conta é cara porque no meio do caminho pagamos muitos subsídios, encargos, taxas, impostos, reservas de mercado, e por aí vai.
No Brasil, os grandes consumidores industriais migraram para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) de energia elétrica, em busca de preços menores. No entanto, a maioria das indústrias – que são as pequenas e médias – continua no mercado regulado, no qual a tarifa é mais cara.
Como pagar menos na energia elétrica?
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 56% das indústrias que estão no mercado cativo – aquele tradicional em que a energia é comprada junto às concessionárias – têm interesse em migrar para o mercado livre, a partir de 2024.
Atualmente, cerca de 10,5 mil empresas industriais operam nesse modelo em que o consumidor negocia direta e livremente com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia. Há potencial para outras 45 mil migrarem.
Saiba mais: 56% das indústrias do mercado cativo desejam migrar para o mercado livre de energia
Mercado Livre X Mercado Cativo
Entenda as diferenças e vantagens para a energia:
Mercado Livre ou Ambiente de Contratação Livre (ACL)
O mercado livre de energia elétrica tem entre suas diversas vantagens:
- Livre escolha do fornecedor de energia elétrica;
- Preços mais competitivos que o mercado regulado, chegando a descontos de 20%;
- Flexibilidade na negociação, em prazos, volumes e fontes contratadas;
- Previsibilidade maior de custos, pois os ajustes nos contratos podem variar menos que as tarifas do mercado regulado.
O mercado livre de energia elétrica é um ambiente de negócios no qual empresas geradoras, comercializadoras e consumidoras podem contratar e negociar livremente o fornecimento de energia elétrica.
Mercado Cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR)
O Ambiente de Contratação Regulada é uma modalidade de negociação que possibilita as distribuidoras comprarem energia elétrica em leilões por um preço definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
As distribuidoras revendem a energia comprada para o mercado de consumidores que estão na sua região de atuação. As tarifas são reguladas e compostas pelos custos da compra, transmissão e distribuição da energia, além dos tributos. É importante ressaltar que os valores das tarifas são reajustados todos os anos e não podem ser negociados.