Micro e pequenas empresas precisam exportar mais, diz Robson Braga de Andrade, ao assumir Conselho do Sebrae

Dirigente da CNI lembrou que os pequenos negócios são motores da economia brasileira

“Estamos vivendo um momento de dificuldade, num mercado interno com restrições para empresas de todos os setores. Por isso, é o momento de olhar para fora e capacitar as empresas para exportar, de maneira simples" - Robson Braga de Andrade

Duas frentes devem marcar os esforços do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) nos próximos anos: capacitar as empresas para o mercado internacional e trabalhar para melhorar o ambiente de negócios para os pequenos empreendimentos. Os temas dominaram a cerimônia de posse da nova diretoria da instituição, que terá o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrande, à frente do Conselho Deliberativo.

Em discurso, Andrade ressaltou o trabalho feito por seu antecessor à frente do Conselho, Roberto Simões, representante da Confederação Nacional da Agricultura. O dirigente da CNI lembrou que os pequenos negócios são motores da economia brasileira. “Num ano de ajustes, a atuação do Sebrae é ainda mais importante para ajudar as micro e pequenas empresas a superar os desafios para crescer”, disse.

O diretor-presidente reeleito do Sebrae, Luiz Barretto, fez um balanço da evolução da política para o micro e pequeno empreendedor, expondo o tamanho da importância do nicho para geração de empregos e distribuição de renda no Brasil. Exemplificou o quanto o país ganha melhorando o ambiente de negócios para MPEs, cujo marco principal foi a criação, em 2006, do Simples Nacional, regime unificado de recolhimento de impostos e contribuições sociais. “Desde 2007, o país arrecadou mais de R$ 300 bilhões com as empresas de pequeno porte”, citou. “Estimular o crescimento dos pequenos negócios é estimular o crescimento do país. Esse tem sido o compromisso há mais de 40 anos”, completou.

MERCADO EXTERNO - Uma das frentes que deverá ganhar força durante a permanência de Andrade no Conselho Deliberativo será a preparação das empresas brasileiras para o mercado externo. “Estamos vivendo um momento de dificuldade, num mercado interno com restrições para empresas de todos os setores. Por isso, é o momento de olhar para fora e capacitar as empresas para exportar, de maneira simples. E o Sebrae, junto à Secretaria de Micro e Pequenas Empresas (SMPE) e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pode dar uma grande contribuição”, afirmou Andrade.

O ministro da SMPE, Guilherme Afif Domingos, concordou com a necessidade de inserir os pequenos negócios nos mercados globais, mas enfatizou que um dos principais desafios do país é reduzir a burocracia e aperfeiçoar as políticas para incentivar o crescimento das empresas, alvo de projeto de lei que deve tramitar em caráter de urgência na Câmara dos Deputados. “Temos de superar a síndrome do medo de crescimento que as empresas têm no Brasil. Nesse projeto, construímos uma rampa de crescimento para as empresas que saem da margem de faturamento do Simples, no qual o aumento de impostos é gradual. Por isso o nome do projeto é Crescer Sem Medo”, disse o ministro. A proposta é bastante semelhante às recomendações da CNI para a agenda do crescimento do país.

A ocasião também marcou a posse de José Claudio dos Santos para o segundo mandato na direção de Administração e Finanças, assim como a chegada de Heloísa Meneses, ex-secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) à direção técnica.

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