ENAI 2013: Aumento das exportações brasileiras depende de acordos

Até novembro deste ano, o país exportou US$ 84,2 bilhões em produtos manufaturados

A balança comercial brasileira de manufaturas acumula um déficit de US$ 92 bilhões de janeiro a outubro deste ano. O resultado  confirma que a indústria brasileira vem perdendo espaço no mercado internacional. Até novembro deste ano, o país exportou US$ 84,2 bilhões em produtos manufaturados. Se mantiver dentro dessa média, as vendas externas de manufaturados devem alcançar US$ 91 bilhões no ano, abaixo dos US$ 92,7 bilhões registrados em 2008.

Ou seja, em cinco anos, o Brasil não conseguiu aumentar suas exportações de bens de maior valor agregado e, consequentemente, sua participação no comércio internacional de manufaturados. Para recuperar o terreno e conquistar novos mercados, o país precisa buscar novos acordos comercias além do Mercosul. Acordos que facilitem o comércio com outros países da América Latina, União Europeia e os Estados Unidos, por exemplo, são fundamentais para o Brasil continuar no jogo global.

A importância dos acordos comerciais para a abertura de mercados e para melhorar a competitividade brasileira começou a ser discutida agora na sessão temática Acordos Comerciais: abrir mercados para crescer do 8º Encontro Nacional da Indústria (ENAI). A sessão tem participação da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, dos empresários Luiz Fernando Furlan, da BR Foods, Astor Schimit, do Grupo Randon, e do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato.

MUDANÇAS NO MERCOSUL - Para a CNI, o Mercosul é importante para o Brasil, mas insuficiente para alavancar as exportações brasileiras. O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, destaca que o Brasil não pode se isolar do resto do mundo. O país, diz ele, precisa tomar para si o papel de líder da América Latina e incentivar o Mercosul a mudar as normas do bloco regional para que os sócios possam negociar outros acordos, como o com a União Europeia, que se arrasta desde 1995.

Conforme o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, entre as ações necessárias para aumentar a participação do Brasil no comércio internacional estão uma reestruturação do Mercosul que facilite a assinatura de acordos comerciais com outros países ou blocos econômicos, a maior integração com a América Latina, a participação nas negociações multilaterais de comércio, investimentos e normas técnicas e ambientais. Além disso, a CNI recomenda a simplificação dos procedimentos aduaneiros e da legislação de comércio exterior.

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