A relação econômica entre o Brasil e os países árabes foi discutida nesta quarta-feira (4), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília (DF). O encontro, que faz parte das comemorações da semana árabe no Brasil, reuniu representantes de 22 países da Liga Árabe. O primeiro Fórum Econômico Brasil - Países Árabes foi realizado pela CNI e pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
No discurso de abertura, o presidente da CNI destacou que o evento é uma importante iniciativa de aproximação entre os países. Robson Braga de Andrade também ressaltou a influência árabe presente no Brasil nas manifestações culturais, na culinária e nas negociações comerciais que se intensificaram a partir da década de 70. Ele ressaltou ainda que agora em 2013, até o mês de outubro, o comércio entre o Brasil e os países árabes movimentou U$ 21 bilhões.
No entanto, o dirigente da CNI ressaltou que esse montante está abaixo do potencial econômico. “O Brasil precisa melhorar a competitividade. Nesse sentido, essa parceria é muito positiva. E estou certo de que teremos sucesso nessa empreitada. Espero que o comércio entre os nossos países possa crescer ainda mais”, finalizou.
SEM BARREIRAS - Pra facilitar esse crescimento, empresários de vários setores discutiram os obstáculos na ampliação do comércio e como eliminar essas barreiras. Investimentos dos brasileiros nos países árabes e dos árabes no Brasil, além do turismo, também foram abordados.
De acordo com o especialista em Política e Indústria da CNI, Fabrizio Panzini, o agronegócio é o setor brasileiro que mais exporta para os países árabes. “O desafio do Brasil é justamente agregar valor a essa pauta de exportação. Mas a relação entre brasileiros e árabes vai muito além. É o caso da relação de investimentos no setor financeiro e na construção civil”, destacou.
O gerente de exportações para países árabes e África, do grupo JBS - Friboi , Rada Saleh, confirmou a vantagem do agronegócio na relação com os árabes. Ele disse que nos primeiros noves meses de 2013 o crescimento nas exportações foi de 23%, em relação a 2012. Mas, segundo Saleh, o Brasil enfrenta problemas na região por conta de barreiras sanitárias. “Nosso rebanho não tem problemas de sanidade, do contrário não estaria crescendo”, afirmou. Outro ponto apontado por Rada é a questão tarifária, já que alguns países têm elevados impostos de importação sobre a carne brasileira.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Marcelo Sallum, ressaltou que o comércio entre brasileiros e árabes aumentou 400% desde 2001. E ele reconhece que é possível ampliar essas negociações. Em entrevista a Agência CNI de Notícias, Sallum falou sobre algumas mudanças que precisam ser feitas pelo Brasil e pelos países da Liga Árabe. Ouça, clicando aqui.
RELATÓRIO - Um documento sobre os assuntos discutidos no evento será encaminhado ao governo brasileiro, inclusive com propostas para melhorar as relações comerciais.