CNI apresenta a corpo diplomático expectativas para início do novo governo e projetos internacionais

Além de debate sobre panorama e perspectivas do cenário político-econômico brasileiro, 18º Briefing Diplomático contou com apresentação de iniciativa global integrada pelo SENAI

Representantes do corpo diplomático residente em Brasília e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) se reuniram, na última segunda-feira (12), para debater o cenário político-econômico brasileiro, com foco nas expectativas para o primeiro semestre do novo governo, e os principais projetos internacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). O Briefing Diplomático, realizado a cada seis meses, é o principal mecanismo de interação e diálogo para compartilhar a visão da indústria sobre temas de interesse diplomáticos.  

Além de ressaltar a importância do encontro para estreitar o diálogo com representantes de outros países, a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola, falou sobre o Plano de Retomada da Indústria, elaborado em consulta com entidades e lideranças industriais brasileiras. 


“O Brasil tem um desafio muito grande. O governo não tem um plano de desenvolvimento industrial, então a ideia da CNI foi lançar e debater princípios norteadores e propostas prioritárias com o novo governo para, logo no início da gestão, o documento servir como subsídio para a formatação de uma política industrial”, explica a diretora. “Uma primeira versão foi entregue e bem-recebida pela equipe de transição e o documento final será compartilhado com as embaixadas tempestivamente”, completou. 


De acordo com a diretora, o documento é objetivo, focado e harmonizado com os princípios balizadores dos planos de desenvolvimento industrial lançados pelas principais economias do mundo. “São propostas para subsidiar as ações do novo governo, para reverter o processo de desindustrialização e viabilizar uma maior inserção competitiva do Brasil nas cadeias globais de valor. O plano deve conter vertentes de clima, meio ambiente, captura de carbono, abordagem mais moderna do fator trabalho, da segurança alimentar e outras”, avaliou.

CNI projeta crescimento de 3,1% no PIB brasileiro de 2022 e de 1,6% para 2023 

O gerente-executivo de Economia, Mário Sérgio Telles, e o gerente-executivo de Assuntos Legislativos, Marcos Borges de Castro, falaram ao corpo diplomático sobre o cenário político-econômico brasileiro atual e sobre as expectativas e projeções para os seis primeiros meses da nova gestão do governo federal. 

“Com o cenário que temos neste ano, o que está previsto é que 2022 tenha um crescimento de 3,1% do PIB, sem mudança em relação ao que já estava previsto no meio do ano, com a indústria crescendo 1,8 % e o setor de serviços 3,9%, além da queda na agropecuária de 1,2%”, afirmou o gerente-executivo de Economia da CNI. “Com esse crescimento do PIB, o Brasil vai voltar ao ponto onde estaria se não tivesse enfrentado a pandemia, então estamos retomando agora uma trajetória que foi interrompida”, explicou. 

Para 2023, segundo Mário Sérgio Telles, a projeção feita pela CNI é de um crescimento de 1,6%, que é explicada por um aumento de 0,8% na indústria, de 1,1% no setor de serviços e de 10,9% no setor de agropecuária - revertendo o comportamento de 2022.


“A indústria de transformação deve ter crescimento baixo, de 0,3%, e a de construção deve ter um desempenho pior, mas ainda com o maior dinamismo e crescimento, de 2%. No setor de serviços, a nossa projeção é de um crescimento de 2,2%, e no comércio, de 3,4%, o que reflete no aumento do PIB no setor de serviços”, detalhou o gerente-executivo


SENAI integra governança de iniciativa mundial para recolocação e capacitação profissional 

O superintendente de Negócios Internacionais do SENAI, SESI e IEL, Frederico Lamego, apresentou a iniciativa Aceleradora de Competências (Closing the Skills Gap Accelerator, em inglês), liderada globalmente pelo Fórum Econômico Mundial e coordenada no Brasil pelo SENAI. O projeto tem como objetivo fomentar a interação público e privada e criar um ecossistema de análise, tomada de decisão e ações para requalificar e recolocar profissionais e empresas para o mercado digital e indústria do futuro. 

“No Brasil, nós identificamos que até 2025 há uma necessidade de qualificar e requalificar profissionais em todo o país para novas profissões que estão surgindo no mercado de trabalho da ordem de 4,2 milhões de brasileiros”, afirmou o superintendente. No entanto, ainda que o Senai seja a maior rede da América Latina de formação profissional e trabalhe com cerca de 2,3 milhões de profissionais por ano, não é possível suprir sozinho uma demanda desta proporção e o desafio pressupõe o engajamento de empresas para viabilizar a iniciativa. 

As oito áreas industriais prioritárias da Aceleradora de Competências são mineração e metalmecânica, logística e transporte, infraestrutura e urbanismo, tecnologia da informação, eletroeletrônica, automotivo, telecomunicações e energia. 

Briefing Diplomático reuniu representantes de mais de 50 países  

Nesta 18ª edição, participaram do encontro mais de 80 representantes do corpo diplomático de 53 países - África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Azerbaijão, Bahrein, Bangladesh, Barbados, Bélgica, Bolívia, Botsuana, Burkina Faso, Canadá, Cazaquistão, China, Colômbia, Congo, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Cuba, Dinamarca, Egito, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Geórgia, Guiana, Guiné-Bissau, Haití, Hungria, Irã, Irlanda, Jordânia, Mali, Malta, Marrocos, México, Moçambique, Myanmar, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Quênia, Reino Unido, Sérvia, Singapura, Sri Lanka, Suíça, Taiwan, União Europeia e Uruguai.

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