Técnicos do SENAI terão formação na indústria naval japonesa

Atividade faz parte do acordo firmado em 2014 com a Japan International Cooperation Agency (JICA), a maior agência de cooperações do mundo

Representantes do SENAI, JICA, Ministério da Indústria e Comércio e da Agência Brasileira de Cooperação assinam documento para formação de brasileiros

A partir de setembro, 33 técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul seguem para o Japão, onde participam de cursos de formação na área de engenharia naval. A atividade faz parte do acordo firmado em 2014 com a Japan International Cooperation Agency (JICA), a maior agência de cooperações do mundo, por meio do qual serão investidos R$ 10 milhões na implantação de núcleos de formação de trabalhadores para a indústria naval nesses estados.

Ao todo, os técnicos do SENAI com experiência em soldagem passarão por cursos nas áreas de corte, solda, montagem, dobras de chapas metálicas e controle de qualidade nas fábricas que produzem máquinas de soldagem Koike e Kobelko, além de alguns estaleiros.

A definição dos cursos é resultado de estudos desenvolvidos pelas equipes que integram o acordo de cooperação, cujo objetivo principal é ampliar a produtividade da indústria naval brasileira. De acordo com essas análises, 59 mil trabalhadores brasileiros do setor foram responsáveis, em 2011, por 562 mil toneladas em produtos de aço, enquanto 54 mil japoneses produziram 4,2 milhões de toneladas. Essa diferença de mais de sete vezes, segundo os técnicos da JICA que estiveram na sede do SENAI na semana passada para a assinatura do documento que formaliza o início das atividades previstas no acordo, é devida à melhora da produtividade dos trabalhadores que atuam no setor naval. Participaram também representantes do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

Qualificar técnicos do SENAI nessa área é uma das estratégias escolhidas para mudar o cenário. Eles atuarão como multiplicadores de formação de novos profissionais. Além disso, está no escopo do projeto a modernização tecnológica de unidades do SENAI nos quatro estados.

O acordo surgiu da necessidade de qualificação de mão de obra para duas grandes empresas japonesas, que negociam estaleiros no Brasil: a Ishikawajima-Harima Heavy Industries, que comprou 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), e a Kawasaky Heavy Industries. Com a capacitação de brasileiros, as empresas japonesas precisarão contratar apenas 20 profissionais do Japão. Os demais técnicos especializados serão brasileiros formados pelo projeto da JICA, ABC, MDIC e do SENAI.

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