A construtora catarinense Pasqualotto> está construindo o maior edifício da América Latina: duas torres de 280 metros em Balneário Camboriú (SC). O complexo residencial, que será concluído em 2020, terá 81 andares e, à medida que a construção fica mais distante do solo, aumentam os riscos de acidentes. Para garantir mais segurança aos 300 trabalhadores envolvidos na obra, a empresa aposta em uma tecnologia pioneira com Internet das Coisas (IoT) que monitora em tempo real riscos no canteiro de obras.
Conhecida como SEIF (sigla para Segurança, Informação e Formação), a inovação é composta por sensores embutidos em capacetes de trabalhadores que mapeiam situações de risco. As informações captadas são enviadas a um aplicativo acessível aos gestores de segurança e saúde da empresa para a tomada de decisão em tempo real. “Os gestores poderão acompanhar instantaneamente os riscos por smartphone e impedir o acesso a algumas áreas, por exemplo”, explica o diretor da construtora, Alcino Pasqualotto.
A tecnologia SEIF, que está em fase de testes, é desenvolvida pelo Centro de Inovação em Tecnologias para a Saúde do Serviço Social da Indústria (SESI). Esse é um dos oito centros de inovação inaugurados pela instituição no ano passado e que tratam de diferentes linhas de pesquisa em segurança e saúde no trabalho, como ergonomia, longevidade e produtividade e fatores psicossociais.
Veja a seguir as soluções desenvolvidas pelos oito centros de inovação:
Projetos tecnológicos como a plataforma SEIF são cada vez mais procurados por empresas preocupadas com a segurança e saúde no trabalho. Pesquisa realizada pelo SESI mostra que, para 76,4% dos gestores, a importância dada pela indústria brasileira ao tema crescerá nos próximos cinco anos. “Todo esse aparato tecnológico à disposição da indústria segue a tendência de atenção crescente do setor em relação à segurança e à saúde no trabalho”, afirma o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól. Segundo ele, esse interesse se deve não apenas à necessidade de atendimento das exigências legais.
“Esse cuidado com o trabalhador melhora a competitividade das empresas ao reduzir afastamentos, além de refletir positivamente também no clima organizacional, na reputação e na imagem institucional”, Paulo Mól.
CONTROLANDO O ESTRESSE – As empresas Battre e Termoverde, ambas, atuantes no tratamento de resíduos, apostam na tecnologia para combater o estresse dos funcionários. Aprovado no Edital de Inovação para a Indústria — desenvolvido pelo SESI e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) —, a solução é composta por aplicativo que monitora o nível de estresse e, com uso de óculos de realidade virtual, permite o “transporte” para um ambiente que orienta os trabalhadores com técnicas de relaxamento e controle da respiração, entre outros aspectos, durante a jornada laboral. Além disso, há uma interface web que possibilita a gestão dos indicadores relacionados ao controle e prevenção do estresse de toda a força de trabalho.
ACESSE - Neste ano, o SESI criou um canal para empresas solicitarem apoio em projetos de segurança e saúde no trabalho. Interessados devem inserir os dados da empresa e descrever problemas a serem solucionados na Plataforma Nacional de Soluções do SESI.