Projeto inédito do SESI integra arte e educação no currículo do ensino médio

Exposições do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas são ponto de partida para programa que estimula o desenvolvimento de projetos de aprendizagem

O programa está em fase de implantação nas escolas do SESI e será compartilhado com as redes pública e particular

Já imaginou o ensino de Engenharia, Ciências e Matemática dentro de um museu? Claro que entraria também o estudo das artes. Essa é a proposta de uma iniciativa inédita do Sistema Indústria para alunos e professores. A ideia é estimular a criação de projetos ao longo dos três anos do ensino médio, envolvendo questões relacionadas ao trabalho, desenvolvimento humano, sustentabilidade e artes. A metodologia é baseada no modelo STEAM (termo em inglês que conceitua a união de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Matemática e Artes). 

Assim surgiu o programa ACESSE (Arte Contemporânea e Educação em Sinergia no SESI). Inspirado no Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, o programa está em fase de implantação nas escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) e será compartilhado com as redes pública e particular de ensino. 

O diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, explica que o objetivo do ACESSE é desenvolver práticas educativas inovadoras que contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica. “O programa parte da arte contemporânea para promover a articulação entre a experiência artística e o currículo escolar, apresentando referências, ferramentas e metodologias que apoiem a prática pedagógica nessa perspectiva".

A primeira etapa começa nos dias 6 e 7 de agosto, com a capacitação de professores e coordenadores pedagógicos de sete escolas do SESI no Ceará, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul em evento na capital fluminense. Estão previstas mais duas capacitações presenciais (setembro e novembro), e também a distância. 

Durante a formação, os professores conhecerão diversas práticas pedagógicas de articulação entre arte e o currículo escolar. Eles poderão, por exemplo, trabalhar em sala de aula com oficinas para montagem de pequenas obras, maquetes ou produtos, tendo nas exposições do Prêmio Marcantonio um laboratório experimental. O ACESSE quer incentivar o protagonismo, o empreendedorismo, a inovação, o raciocínio lógico, o trabalho colaborativo e criativo dos estudantes. 

O curador do Prêmio Marcantonio Vilaça, Marcus Lontra, avalia que a arte contemporânea é um convite para que as pessoas reflitam e adquiram novos conhecimentos. “A arte é instrumento provocador. Então, o nosso desafio é exatamente fazer com que esse material do prêmio não se limite ao circuito artístico, mas sirva como ferramenta de sensibilização para estudantes e professores, principalmente os alunos do ensino médio, para que eles se tornem realmente cidadãos pensantes e articulados”, diz.

O programa foi desenvolvido em parceria com profissionais e instituições de arte e educação. A Cidade Escola Aprendiz, com sede em São Paulo, é um dos parceiros e há 20 anos pesquisa e desenvolve metodologias, além formar gestores, educadores e lideranças sociais. 

“O papel da Cidade Escola Aprendiz é mediar a aproximação da arte contemporânea ao currículo da Rede SESI. Queremos provocar práticas pedagógicas que coloquem a experimentação, a personalização e os sujeitos da aprendizagem nos centros dos processos, de forma que os estudantes possam se reconhecer como autores, como propositores de soluções, e que sejam soluções relevantes para suas vidas e para a sociedade”, afirma a diretora-executiva da Cidade Escola Aprendiz, Natacha Costa.

As obras vencedoras do Prêmio Marcantonio Vilaça já passaram por várias capitais e ficam no Rio até 16 de setembro - Foto: Gentil Barreira

O PRÊMIO – Considerado o mais importante prêmio de arte contemporânea do Brasil, o Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas está na sexta edição. A cada temporada, cinco artistas recebem bolsas para o desenvolvimento de projetos. As obras premiadas também participam de exposições itinerantes em várias capitais. Neste ano, o prêmio já passou por São Paulo, Brasília, Goiânia, Fortaleza e agora está no Rio de Janeiro (veja os detalhes abaixo). A partir da 5ª edição (2015-2016), também passaram a ser premiados curadores, que recebem bolsa para organizar uma exposição.

Exposição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas
Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro)
Praça Marechal Âncora s/n°, Centro
Terça a sexta-feira: 10h às 17h30
Sábados, domingos e feriados: 13h às 17h
Ingresso: R$ 10 (estudantes de escolas particulares e idosos pagam meia-entrada)
Gratuidade para estudantes e professores das escolas públicas
Aos domingos a entrada é gratuita

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