A rede de centros temáticos do Serviço Social da Indústria (SESI) voltados à pesquisa aplicada em saúde e segurança do trabalho foi ampliada em dezembro de 2018 com o lançamento do Centro de Inovação SESI Estilo de Vida e Saúde, em São Paulo. Sua missão: prover inteligência e soluções que ajudem a criar ambientes corporativos mais saudáveis

O problema está relacionado a muitas questões comportamentais e, no primeiro momento, o foco são as pesquisas na atividade física e na alimentação exatamente por serem hábitos passíveis de mudanças. “Parece uma situação relativamente simples: é só comer bem e se exercitar. Mas estamos falando de algumas causas de doenças que mais matam no mundo”, observa o gerente-executivo de Esporte e Promoção da Saúde do SESI-SP, Eduardo Carreiro.

De fato, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as DCNTs matam anualmente cerca de 41 milhões de pessoas, o que equivale a 71% do total de mortes. Além disso, o desafio encarado pelo centro de pesquisa paulista torna-se ainda maior considerando que ações e iniciativas nesse sentido, até o momento, não têm atingido os objetivos desejados – como mostra o aumento das taxas de excesso de peso e obesidade e de fatores como pressão arterial e níveis de glicose no sangue.

CUSTO PARA AS INDÚSTRIAS – Para as empresas, os prejuízos vêm no número de faltas e afastamentos de colaboradores e nos custos com planos de saúde. A saúde suplementar, hoje, só perde para a folha de pagamento e encargos. Quer dizer, mesmo que a empresa não demonstre interesse em investir em programas preventivos de saúde, será impactada. “Então é um problema meio sem saída. As empresas terão cada vez mais que pensar nessas soluções”, observa Carreiro.

Ao Centro de Inovação SESI Estilo de Vida e Saúde cabe descobrir novas formas de lidar com o problema, a partir do ambiente de trabalho. Eduardo Carreiro lembra que passamos um terço da vida dentro da empresa. “O ambiente empresarial pode ser um espaço no qual é possível alavancar uma mudança ou ter impactos em fatores de saúde pública”, destaca.

LINHAS DE PESQUISA – A especialista em saúde Marina Tavares, coordenadora do centro de pesquisa, considera de grande importância a tradição e experiência do SESI São Paulo em projetos nas áreas de alimentação e saúde. É um exemplo o programa “Alimente-se Bem” que deu origem ao nacionalmente conhecido “Cozinha Brasil”, que promove educação nutricional e culinária baseada no aproveitamento integral de alimentos.

E é com essa expertise que Marina lidera uma equipe formada por dois especialistas em inovação e um grupo de profissionais – médicos, nutricionistas, ergonomistas, economistas, entre outros – envolvidos por projeto. Esses profissionais trabalham em três linhas de pesquisa preliminares, estabelecidas a partir de um Roadmap Tecnológico que considerou estudos e patentes mundiais e nacionais.

Também teve importância na definição dessas linhas de pesquisa o livro Temas Avançados em Qualidade de Vida, organizado pelo médico Alberto Ogata, diretor-científico da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). “As linhas são preliminares porque, tratando-se de um centro tão novo, o Centro de Inovação SESI Estilo de Vida e Saúde está sob influência dos desafios lançados pelas empresas. Então, essas linhas de pesquisa podem ser reforçadas ou substituídas, de acordo com as necessidades e as demandas das indústrias brasileiras”, afirma Carreiro.