Logística é maior desafio para integração agrícola do Mercosul

Para reverter problema de escoamento da produção, ministro brasileiro da Agricultura diz que países precisam enfrentar juntos os nós de transporte e armazenagem

Diante de uma plateia atenta de empresários, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Jorge Mendes Ribeiro, afirmou que os países do Mercosul precisam enfrentar juntos os problemas comuns de transporte, armazenagem e saúde. A declaração foi dada durante o painel Agronegócio, do I Fórum Empresarial do Mercosul, em Brasília.

Também participaram do debate o ministro da Agricultura da Argentina, Norberto Yahuar, o subsecretário de Agricultura do Uruguai, Enzo Benach, o vice-ministro da Agricultura da Venezuela, Yván Gil, e o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Renato Nóbile. 

As autoridades dos governos concordaram que o principal desafio é o escoamento da produção. Ribeiro ressaltou as medidas do governo brasileiro para destravar os nós da infraestrutura do país, como o programa de investimentos em portos, anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff e o pacote de energia elétrica que reduzirá os custos das tarifas para os consumidores finais. O ministro brasileiro também destacou a importância das parcerias público-privadas, como as feitas para os aeroportos. 

A Confederação Nacional da Indústria apresentou, durante o evento, um estudo que aponta as necessidades de investimentos em logística de transporte na região. Com investimentos de R$ 12,9 bilhões em estradas, ferrovias e hidrovias até 2020, empresas reduzirão em R$ 228,milhões por ano seus custos com transporte. 

A agricultura é o carro chefe da economia do Mercosul. Nos últimos 12 meses, o setor teve saldo positivo de US$ 79,45 bilhões na balança comercial brasileira. Entretanto, como alerta o ministro argentino, os países devem fugir da primarização e perseguir a integração das cadeias produtivas, que gerem valor agregado. A economia do Mercosul é muito dependente do setor primário, que representa em torno de 25% do PIB da região.

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