O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado no dia 28 de junho, é muito mais do que um movimento, é a busca desta comunidade por incentivo e apoio as suas reivindicações na sociedade. O Geração SESI SENAI conversou com o gerente-executivo de Educação Profissional do SENAI/PA, Davis Siqueira, para compartilhar sua experiência com um projeto de inclusão para pessoas trans que tem apoio do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI).
Criado em 2017, o "Cozinha & Voz" atua na formação técnica e profissional das pessoas trans, que estão fora do mercado de trabalho e/ou em situação de exclusão socioeconômica. É uma ação realizada em conjunto pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com parceria da Casa Poema e da chefe de cozinha Paola Carosella.
De acordo com Davis Siqueira, o projeto veio em um momento muito interessante para a instituição, principalmente para o seu Departamento Regional (DR). “Eu acho que representou uma mudança de fase, talvez uma mudança até mesmo de mindset. Ali a gente recebeu um grupo selecionado previamente de pessoas trans e travestis, da comunidade LGBTQIAPN+. Naquele universo, a gente tinha um desafio de trazer a formação profissional para essas pessoas e que elas pudessem atuar de uma maneira muito rápida no mercado de trabalho”, conta o gerente-executivo.
Nos primeiros contatos com o projeto, a principal preocupação foi adaptá-lo ao contexto regional. “Quando nos foi colocado a proposta de que o custo teria que ser na área de Alimentos & Bebidas. Então tivemos a ideia de regionalizar, a gente adaptou todo o cardápio do curso para o contexto do Pará, já que os alunos vão trabalhar no estado e com a comida do estado. Como exemplos tivemos o dadinho de tapioca e o tucupi, que é um líquido extraído da seiva da Mandioca”, relembra o gestor.
Ele também citou que o principal benefício foi conseguir trazer um impacto concreto na vida daquelas pessoas, já que muitas sofriam de um processo de marginalização social. “O SENAI, com todo este trabalho, faz muito mais do que apenas formar para o mercado de trabalho. Também ajuda no resgate da cidadania dessas pessoas. Projetos como esse são importantes para identificar talentos e potenciais escondidos por todo esse contexto de marginalização”, reflete.
Davis também reforçou a importância da inclusão na Educação. “Através do PSAI realizamos muitas ações de diversidade e inclusão em nossa unidade. É o que sempre digo, se tem CPF você pode se matricular no SENAI. Independente de raça, cor, gênero. Como gestor, a minha preocupação é criar vagas que atendam as necessidades dessas pessoas. Como eu posso adaptar o currículo para atender diferentes necessidades? É um pouco disso que a gente precisa. Esse universo e essa diversidade ajuda a gente a construir um ambiente escolar mais igualitário que conta com a participação de todas as pessoas”, concluiu.
É importante ressaltar que o projeto é uma iniciativa do PRIDE - Promovendo Direitos, Diversidade e Igualdade, ação iniciada na OIT que favorece o trabalho em condições decentes e inclusão por meio do desenvolvimento de capacidades profissionais e habilidades socioemocionais.
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