Senai e Senac vão oferecer 27 cursos gratuitos para qualificar deficientes

A capacitação faz parte do Programa de Inclusão

O Senai e o Senac vão oferecer 27 cursos gratuitos nas modalidades de aprendizagem industrial e aprendizagem comercial para qualificar pessoas deficientes e assim contribuir com a inserção delas no mercado de trabalho. A capacitação faz parte do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho lançado nesta segunda-feira (29/10) pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen, e pelo presidente da Fecomércio, Edison Araújo, durante o 1º Seminário Empresa Inclusiva – Uma Realidade Possível, Conhecer e Incluir, realizado no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande (MS).

No caso do Senai, serão oferecidos, ao todo, 22 cursos gratuitos - operador de processos industriais de carnes e derivados, operador de processos na indústria de alimentos, instrumental industrial, mecânico de manutenção de automóveis, mecânico de manutenção de máquinas agrícolas, mecânico de manutenção em motores diesel, auxiliar de produção na construção civil, eletricista de instalações prediais de baixa tensão, confeccionar industrial de calçados, operador de processos industriais de curtimento de couro, eletricista de manutenção industrial, assistente administrativo industrial, assistente de controle de qualidade, assistente de produção industrial, operador de telemarketing, operador de processos na indústria sucroenergética, mecânico de manutenção industrial, mecânico de usinagem, operador de processos industriais de cerâmica, tecelão industrial, costureiro industrial e mecânico de refrigeração e climatização.

Já o Senac vai disponibilizar os cursos gratuitos de vendas e telemarketing, serviços de escritório, operações de supermercado, serviços de asseio e conservação e atendimento em postos de combustíveis. “Por meio desse Programa, a nossa intenção é trabalhar a vocação da pessoa com deficiência para que ela seja incluída no mercado de trabalho. É o setor privado, por meio da Fiems e da Fecomércio, assumindo, cada vez mais, ações de cidadania junto às empresas, além de gerar empregos e melhores salários, contribuindo para o desenvolvimento do Estado”, declarou Sérgio Longen.  

Ele reforça que atualmente, segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul tem 525.979 habitantes com algum tipo de deficiência visual, auditiva, motora ou mental, o que representa 21,47% do total de 2 449.024 habitantes do Estado. A maioria, ou seja, 409.581 pessoas, é composta por pessoas com deficiência visual, enquanto 150.190 pessoas têm algum tipo de deficiência motora, 107.610 habitantes apresentam deficiência auditiva e 32.488 pessoas são deficientes mentais.

Apenas em Campo Grande, do total de 786.797 habitantes, 21,6%, ou 170.453 pessoas, têm algum tipo de deficiência, dos quais 130.335 são deficientes visuais, 50.247 são deficientes motores, 33.632 são deficientes auditivos e 10.179 são deficientes mentais. Além disso, do total de 1.180.477 pessoas empregadas em Mato Grosso do Sul, ainda conforme o Censo 2010 do IBGE, 257.073 delas têm algum tipo de deficiência, o que representa 21,78%. Na comparação com o total de habitantes com deficiência no Estado (525.979 pessoas), a metade ou 50,3% já está ocupada, restando fora do mercado de trabalho 254.457 pessoas com algum tipo de deficiência. “Já temos 90 empresas dos setores industrial e comercial inscritas no Programa para contratar a mão de obra que será capacitada pelo Senai e Senac”, informou o presidente da Fiems.

Além disso, o Sesi e o Sesc vão prestar serviços de consultorias junto às empresas, assessorando na implantação e prática dos preceitos da responsabilidade social empresarial por meio da valorização da diversidade e promoção da inclusão. “O objetivo do Sesi será promover a contratação da competência, não da deficiência, valorizando o verdadeiro sentido da palavra incluir. Não significa apenas contratar a pessoa com deficiência, mas oferecer possibilidades para que elas possam desenvolver seu potencial, permanecendo e crescendo profissionalmente no local de trabalho”, detalhou o superintendente do Sesi, Michael Gorski.

Parceiros

Para o presidente da Fecomércio, Edison Araújo, o melhor significado da palavra inclusão é inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, fazendo valer o direito desses cidadãos. “A pessoa com deficiência tem necessidades especiais e por isso precisa de uma atenção. Por meio do Programa que lançamos, o Senac e o Senai vão atuar na capacitação desse trabalhador para que ele possa ser inserido no mercado de trabalho. Sabemos que será um trabalho árduo, mas estamos preparados para sermos protagonista, fazendo a diferença na inclusão das pessoas com deficiência”, garantiu.

O diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), Naur Teodoro Pontes, lembrou que a Prefeitura Municipal já vem desenvolvendo um trabalho de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, que foi iniciado em 2010. “Estamos buscando o engajamento da Fiems e Fecomércio nesse trabalho de inserção do deficiente nas empresas, pois entendemos que nada mais coerente do que termos a parceria da iniciativa privada. Com certeza, dessa forma, seremos realmente os protagonistas dessa nova modalidade de inclusão”, declarou.

Já o superintende-regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Anízio Tiago, espera que, por meio do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, Mato Grosso do Sul possa se tornar referência nacional na inserção de trabalhadores com algum tipo de deficiência física ou mental nas indústrias e estabelecimentos comerciais do Estado. “Com a ajuda da Fiems e Fecomércio, representantes de dois grandes setores da economia estadual, vamos conseguir aumentar o índice de empresas que cumprem a Lei de Cota. Hoje, 68,8% das empresas sul-mato-grossenses não consegue cumprir essa lei, mas por falta de pessoas com deficiência devidamente qualificadas”, informou.

Ao longo desta segunda-feira, será realizado o 1º Seminário Empresa Inclusiva – Uma Realidade Possível, Conhecer e Incluir é uma realização da Fiems, por meio do Sesi e Senai, do Ministério do Trabalho, por meio da SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego), da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Funsat (Fundação Social do Trabalho), e da Fecomércio, por meio do Senac, que também marcou a assinatura do pacto de inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O objetivo do encontro é promover a reflexão e conhecimento mais amplo sobre as especificidades e peculiaridades do trabalhador com deficiência nas ocupações formais dos setores da indústria, do comércio e de serviços.

A programação do evento inclui palestras sobre as especificidades dos trabalhadores com Síndrome de Down (Sociedade Educacional Juliano Varela), com deficiência intelectual (Cedeg/Apae), com deficiência física, distúrbio neuromotor e paralisia cerebral (Associação Pestalozzi), com deficiência auditiva (Ceada) e com deficiência visual e baixa visão (Ismac). Além disso, também será apresentada a ferramenta IMO (Intermediação de Mão de Obra) pela representante da Funsat, Eliene Rodrigues de Souza.

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