SENAI do Ceará vence competição de metalurgia entre profissionais das Américas

Os campeões regionais da indústria vão disputar o título mundial em Bruxelas (Bélgica) no próximo mês de fevereiro

Rodrigo Ramos, Matheus Paulino, Necy Alves e Marcos Daniel participaram da competição com outras 1.565 equipes de 34 países

Uma equipe formada por quatro engenheiros metalúrgicos cearenses é a campeã da Américas do Desafio Universitário e Profissional da Associação Mundial do Aço, na categoria Indústria. Dos quatro integrantes, Necy Alves é instrutor sênior de metalurgia da unidade do SENAI de Maracanaú, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), e Mateus Paulino, consultor em Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). O chefe do forno da GERDAU Ceará, Rodrigo Ramos, e o estudante de mestrado em Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Ceará (UFC) Marcos Daniel completam o grupo vencedor. 

Os 1.922 participantes nas categorias estudante e indústria, distribuídos em 1.566 equipes representando 34 países, foram desafiados a produzir uma corrida de aço utilizando forno a oxigênio por meio de uma simulação. O simulador foi acessado no site steeluniversity.org, durante 24 horas, no último dia 17 de dezembro. 

Os campeões regionais da indústria vão disputar o título mundial em Bruxelas (Bélgica) no próximo mês de fevereiro. Eles vão competir na presença de líderes da indústria siderúrgica mundial. A todos os vencedores serão concedidos certificados, prêmios em dinheiro e um iPad, além da viagem a Bruxelas. Essa premiação é a segunda recebida pelos engenheiros cearenses em competição feita pela instituição mundial. 

EXPERIÊNCIA – Na edição 2011/2012 da competição, os engenheiros Necy Alves e Mateus Paulino faziam parte da equipe vencedora na categoria estudantil, do Mundial da Associação do Aço. Eles acreditam que a experiência aumenta as chances de repetirem o lugar no pódio. Na ocasião, os então alunos da UFC aprenderam a utilizar o simulador feito pela Associação Mundial do Aço, em parceria com a Universidade de Liverpool. 

O engenheiro Necy Alves sente um grande prazer em poder levar novamente as suas origens para uma disputa internacional. “Sei da importância que esse título regional tem para o setor metalurgia, principalmente para nosso estado, mas o foco é trazer a taça do campeonato mundial. É eufórico ver um bom resultado depois de tanto esforço, por isso vamos lutar mais ainda para obter o melhor resultado”, persevera. 

Mateus Paulino demostra otimismo, entretanto afirma que ainda falta alcançar o topo. “Já mostramos esse bom resultado nas Américas, agora é foco no mundial que ocorrerá em Bruxelas, no próximo dia 11 de fevereiro. Estou muito honrado de fazer parte de uma história de sucesso que o curso de Engenharia Metalúrgica da UFC vem construindo e de estar em uma equipe tão competente”, reconhece. 

METALMECÂNICA NO CEARÁ - O setor de Metalurgia ganhou evidência no Ceará por conta da construção de empreendimentos siderúrgicos, como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Com previsão de funcionamento para início de 2016, a CSP deverá produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano, contribuindo para o aumento das exportações brasileiras e incremento de 6% no PIB estadual. 

Os investimentos em qualificação de trabalhadores para a fase de operação alcançaram R$182 milhões. O objetivo é ter 80% de mão de obra do Ceará. Nesse processo, o SENAI/CE é parceiro da siderúrgica. 

As estatísticas do Instituto Aço Brasil mostram um cenário de altíssima concentração na produção de aço brasileira, com 94% da produção distribuída nos quatro estados do Sudeste. Minas Gerais e Rio de Janeiro são responsáveis por mais de 61% da produção. O Sul fica com 3,3% da produção de aço, contra apenas 2% do Nordeste e 0,7% do Norte. No Nordeste, a produção se concentra na Bahia (0,9%), Pernambuco (0,7%) e Ceará (0,4%). 

Já foram anunciadas as instalações de três estabelecimentos do setor no Ceará nos próximos anos: a CSP, SILAT e uma nova unidade da Aço Cearense. Isso deve reduzir a concentração da produção, uma vez que as capacidades de produção somadas representaram  15,6% da produção brasileira de aço bruto em 2011.

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