Passei em 1º lugar: os segredos de quem conquistou a tão sonhada vaga na federal

Conheça a história de três estudantes do SESI aprovados em universidades federais após um ensino médio na pandemia. Projetos focados no Enem ajudaram na preparação

“A gente estuda, mas nunca tem noção da nossa capacidade. Só acreditei vendo”, confessa a estudante Maria Eduarda Aquino, 17 anos, que passou em primeiro lugar para o curso de Ciências Econômicas na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Estudantes como Eduarda, que fizeram o Ensino Médio ao longo da pandemia, tiveram o desafio de driblar as dificuldades do on-line, garantir níveis satisfatórios de aprendizagem e, quem sabe, conquistar uma vaga na tão sonhada -- e disputada -- universidade.  

Daniel Rasec, Eloísa Pereira e Eduarda Aquino já se despediram do Serviço Social da Indústria (SESI) e garantiram o primeiro lugar em faculdades públicas, mas tiveram apoio da rede por meio de laboratórios especiais em preparação para o Enem, suporte psicológico, auxílio dos professores e os famosos simulados. 

Parceiro de estudos: simulados 

Durante sua rotina, Eduarda revisava conteúdos e se dedicava às disciplinas de química e português, suas maiores dificuldades. A ex-aluna do SESI Mossoró (RN) sempre colocava simulados no seu cronograma de estudos. O apoio do SESI veio desde a pandemia.  

Eduarda Aquino, 17 anos, foi uma das alunas do SESI que garantiram a tão sonhada vaga em uma universidade federal

“Sempre fui próxima de todo mundo, eles foram uma família pra mim. O 1º ano do Ensino Médio foi difícil por causa da pandemia, mas, no 2º e no 3º, o que ajudou nos estudos foi ter uma facilidade e ter liberdade em conversar com os professores”, ressalta.  


A primeira colocação também veio para Eloísa Pereira, 17, ex-aluna do SESI Prata em Campina Grande (PB). Ela conquistou uma vaga para Nutrição na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O Laboratório ENEM, ofertado pela escola, “foi um dos maiores diferenciais para a minha aprovação”.  

“As aulas e os simulados, me ajudaram muito no momento da prova. Os professores se empenharam para ajudar não só a mim, mas toda a turma”, destaca Eloísa. 

Já para Daniel Rasec, 17, do SESI Mossoró (RN), o apoio dos professores também foi essencial na preparação para o ENEM. Eles deram muita ajuda e dicas de questões e estudos. A escola fornecia aulas de revisão aos sábados e Daniel passou a estudar com um amigo.  

Daniel acredita que o apoio da equipe pedagógica do SESI ajudou na sua aprovação na universidade

Essa parceria o fez gostar ainda mais de matemática. E acredite quem quiser: as ciências exatas nunca foram a praia dele. Toda essa rede de apoio e a dedicação aos estudos ajudaram Daniel a passar em primeiro lugar para Ciência da Computação na UERN.  

Atividades extracurriculares dão um empurrãozinho 

E engana-se quem pensa que a preparação para vestibulares se resume às aulas de revisão e aos simulados. Atividades extracurriculares como xadrez, olimpíadas e robótica podem ajudar os estudantes a desenvolver habilidades essenciais para a prova e para a vida: empatia, cooperação, lógica e comunicação.  

De líder da equipe de robótica à participação em olimpíadas estudantis no SESI Mossoró, Eduarda se deu bem nas provas de ciências exatas com a ajuda dos projetos extracurriculares. O xadrez, por exemplo, estimula muito a lógica e estratégia dos jogadores. As atividades foram úteis na técnica, mas também no crescimento de Eduarda. 

“Algo que eu nunca tinha vivido no fundamental, eram as olimpíadas, ser aluna destaque e fazer parte da equipe de robótica da FIRST LEGO League. Isso querendo ou não ajudou no meu desenvolvimento pessoal e poder me comunicar mais”, pondera. A partir de setembro, Eduarda vai conciliar a faculdade de Ciências Econômicas com o curso de Direito, que já começou numa faculdade particular. 

Uma das atividades favoritas de Eduarda, que ajudaram na aprovação, era participar da equipe da xadrez

Assim, esses projetos ofertados pelas escolas, além de desenvolver habilidades e competências nos estudantes também podem ajudar na escolha de curso. E foi o que ocorreu com Eloísa. A decisão de cursar Nutrição veio a partir do Laboratório de Iniciação Científica, do SESI Prata. No LIC, Eloísa e outra colega desenvolveram um projeto científico e participaram de diversas feiras, como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).   


"O eixo principal do nosso projeto era a alimentação das pessoas. Foi quando eu comecei a estudar mais sobre a área e me apaixonei pela Nutrição, principalmente no quesito social”, conta.   


O projeto visava alcançar a alimentação equitativa, pois muitas famílias vivem em insegurança alimentar grave. Assim, surgiu a Multinutri: “É uma farinha à base de casca de chuchu, batata inglesa e cenoura, pois além de possuírem alto teor de fibra, as cascas são descartadas diariamente nos lares brasileiros’.   

Eloísa passou em 1º lugar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Pelo campus ser em outra cidade, Eloísa não vai conseguir estudar na UFCG - Campus Cuité. Porém, ganhou uma bolsa de estudos numa faculdade particular e vai conseguir cursar Nutrição. 

Figura feminina sempre presente 

Seja um colo de mãe ou um conselho de uma professora, todo mundo já teve alguma figura feminina como inspiração. Para Eduarda Aquino, a mãe sempre esteve presente em cada passo. Uma das motivações da estudante era uma foto da mãe de beca, que se formou em Pedagogia e Educação Física também na UERN.  

“Eu queria ser universitária que nem minha mãe. Ela fez duas faculdades e sempre vai ser a minha inspiração para eu lembrar que eu quero ser um dia como ela é”, conta.   

Na formatura, Eduarda celebrou ao lado de amigos e da família

Assim como Eduarda, Daniel também teve uma mulher como motivação. Só que para além dos estudos, essa figura importante o ajudou a escolher a profissão. O estudante sempre gostou de computadores e aprendeu a ler cedo. A madrinha, então, percebeu que ele tinha certa aptidão com internet e digitação e presenteou o afilhado com livros de programação.   


“Eu gostei, cresci com isso e pensei 'por que não fazer disso a minha profissão’”, disse o estudante. 


Daniel ainda nem começou a faculdade, mas já tem uma lista com diversos sonhos a realizar: “Quero fazer mestrado, talvez doutorado, me especializar, ajudar amigos, quero estar ao máximo investido nisso e ajudar pessoas e a minha família". 

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