Missões da NASA inspiram alunos de Recife no Festival SESI de Robótica

O projeto dos estudantes da Escola Municipal Poeta Joaquim Cardozo é baseado em falhas de três robôs enviados à Marte

No dia 13 de fevereiro, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA, a NASA, informou que o robô Opportunity, enviado em uma missão à Marte, em 2003, parou de funcionar. Essa missão de exploração robótica, que é uma das mais longas da história, durou 15 anos e inspirou a equipe “The Best”, da Escola Municipal Poeta Joaquim Cardozo, em Recife, no desenvolvimento de um projeto de pesquisa para o Torneio SESI de Robótica FIRTS LEGO League.

O projeto da equipe que foi até selecionado para a final do torneio, foi baseado em falhas nos três robôs que foram enviados à Marte: Spirit, Curiosity e Opportunity. Algumas das criações dos alunos foram: baterias extras em caso de uma tempestade de areia ou outro contratempo, e placas solares que se recolhem para dentro para que as bandejas de emissão não fiquem entupidas de areia. 

A professora e técnica da equipe, Pola Batista, explica que durante o projeto os alunos fizeram um mapeamento de Marte e estudaram os robôs por meio de artigos. “Eu digo sempre que o FLL é o campeonato de robótica que eu mais gosto. Porque não é só você chegar e colocar o robô para andar na pista. Isso envolve outros aspectos pedagógicos e educacionais do aluno”, conta a professora. 

O projeto foi considerado importante para o bem-estar de astronautas porque quando os robôs são enviados eles preparam o terreno para que o ser humano já saiba o que vai encontrar quando chegar ao planeta. 

Danilo Guilherme, 13 anos, está no 9° ano e conta que foi uma surpresa muito grande saber que sua equipe iria para a final do torneio, no próximo fim de semana, no Rio de Janeiro. Para ele, “esse último ano foi um ano muito bom porque nós tivemos a experiência de estudar sobre mais um planeta que nós já estávamos estudando, só que na escola não tinha aquele estudo aprofundado. No torneio, nós conseguimos descobrir mais sobre marte e conhecemos os robôs que fazem pesquisas lá”. 

O TORNEIO - Nesta temporada, o Serviço Social da Indústria (SESI) desafiou estudantes das escolas brasileiras com o tema “Into Orbit” - Em órbita. A ideia era que cada equipe inscrita no torneio de robótica pudesse desenvolver alternativas que ajudassem no bem-estar de astronautas e em pesquisas espaciais. 

De outubro a dezembro do ano passado, foram realizadas etapas regionais para selecionar as melhores propostas e trabalhos. Os alunos escolhidos vão participar da etapa nacional entre 15 e 17 de março. Os melhores colocados podem garantir uma vaga no torneio mundial em Houston, nos Estados Unidos. A gestora da Escola Municipal Poeta Joaquim Cardozo, Valdeluzia Coelho, acredita que o projeto seja essencial para os alunos porque é multidisciplinar.

“A questão da interpretação de texto, porque eles tinham muita dificuldade de interpretar texto. Esse trabalho da FLL tem a parte da competição, mas ele é mais voltado para o projeto de pesquisa com os estudantes, e desenvolver a oralidade e o pensamento lógico dos estudantes”, afirma Coelho.

O superintendente do SESI em Pernambuco, Nilo Simões, que estava coordenando o torneio regional no estado acredita que esse “é um grande estimulador de iniciativas, de criação de inovações e tudo o que a nossa indústria precisa. É um mecanismo que ajuda a preparar esses jovens para o mercado de trabalho. Para nós que estamos trabalhando com a Indústria 4.0, isso vem de encontro com a necessidade hoje”.

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