Iniciado em maio pela Confederação Nacional da Indústria - CNI, as reuniões para levantamento e discussão das propostas do projeto Educação para o Mundo do Trabalho chegam ao Tocantins nesta sexta, 30 de agosto. O projeto objetiva a apresentação de um amplo diagnóstico nacional sobre como a baixa qualidade da educação básica impacta a produtividade do país e a criação de uma agenda permanente que contemplará propostas de melhoria a curto, médio e longo prazo.
O Sistema FIETO - Federação das Indústrias do Estado do Tocantins, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI e Serviço Social da Indústria - SESI, realiza o evento no Tocantins que contará com palestra do professor Francisco Aparecido Cordão, integrante do Conselho Nacional de Educação - CNE. O presidente da FIETO, Roberto Pires, abre o fórum no Tocantins, às 08:30, no Centro de Educação Empresarial do SEBRAE (em frente ao Cabana do Lago).
O evento contará com a presença de representantes de instituições de educação, poderes públicos e do setor empresarial industrial. O objetivo é reunir o maior número de atores qualificados em torno da proposta.
Após a palestra e discussões, será elaborado um documento com as considerações do Tocantins para o sistema educacional brasileiro acerca da proposta da CNI a fim de integrar o documento nacional Educação para o Mundo do Trabalho com lançamento previsto para outubro.
O projeto
A educação para o mundo do trabalho - diz a proposta do documento - é aquela que, de fato, oferece ao jovem conhecimentos, competências e habilidades indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, como cidadão e como agente produtivo, contribuindo assim para que a indústria brasileira se insira em dinâmica de inovação e aumente sua competitividade no cenário internacional.
Segundo o IBGE, o número de pessoas que compõe a população economicamente ativa é maior que a quantidade de pessoas que depende dela. Somente até 2025, a maior parte da população brasileira estará produzindo e o número de pessoas que depende dela será menor.
URGÊNCIA - A ênfase das ações da iniciativa liderada pela CNI será na proficiência em português e matemática e na ampliação da oferta de educação profissional de média e alta qualificação para quem está na fase de transição escola-trabalho (jovens entre 18 e 24 anos) e dos trabalhadores atualmente empregados na indústria.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), em 2011, 5,6 milhões de trabalhadores da indústria não possuíam nível médio de escolaridade. As ações de reforço escolar em português e matemática e da melhoria da qualificação profissional junto a esse público possibilitará ganhos de produtividade.
Já o público de jovens entre 18 e 24 anos será dividido em dois grupos: os que estão cursando o ensino médio e os que têm ensino médio completo ou incompleto e não trabalham e nem estudam, a chamada geração "nem nem". É nessa faixa etária que se registra a maior taxa de desemprego na população adulta (12,9%), segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (maço/2013) do IBGE. É quase o triplo da faixa etária de 25 a 49 anos (4,7%).
CONSTRUÇÃO - A elaboração do documento final prevê a realização de 27 encontros estaduais com o objetivo de sensibilizar parceiros locais para as ações. Entre eles estão as empresas, os governos, os trabalhadores, os jovens, as escolas, as famílias e os meios de comunicação.
Palestrante
Francisco Aparecido Cordão é atualmente Conselheiro do Conselho Nacional de Educação - CNE. É licenciado em Filosofia, Teologia e Pedagogia com especialização em Supervisão de Ensino e Administração Escolar. É professor universitário de filosofia da Educação e de Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º graus (Faculdades Associadas do Ipiranga). Sociólogo e Orientador Social do SESC de São Paulo. Foi Conselheiro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo durante 18 anos.