Estudantes do SESI terão aulas de ética

Conteúdo será adotado inicialmente em duas unidades do Distrito Federal e da Bahia. Em 2014, a nova disciplina passa a integrar o currículo de toda a rede

A partir de abril deste ano, os estudantes do ensino médio nas escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) terão aulas de ética. O conteúdo – a ser ministrado dentro da disciplina de filosofia – será adotado inicialmente em duas unidades do Distrito Federal e da Bahia. Em 2014, a nova disciplina passa a integrar o currículo de toda a rede.
A forma como será feita essa abordagem nas salas de aula é tema do seminário Ética na Educação Básica, realizado pelo Departamento Nacional do SESI e com a participação de representantes da instituição nos estados nesta quinta-feira (21), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF).

A decisão de incluir o ensino de ética no ensino médio faz parte de um novo momento da educação oferecida pelo SESI, por meio do chamado Programa Educação para a Vida e o Mundo do Trabalho. “Não é possível esperar que a sociedade se torne mais ética sem praticar o diálogo sobre problemas de natureza ética”, afirmou o diretor superintendente do SESI, Renato Caporali, durante o primeiro debate do seminário.

A grande questão é, na visão de Caporali, se é possível esperar que uma forma puramente intelectiva de filosofia moral repercuta sobre o comportamento de alunos e professores.

O professor de Filosofia Política da Universidade de São Paulo, Renato Janine Ribeiro, que é consultor do SESI para a elaboração do Programa do Ensino de Ética nas Escolas, afirma que sim. “O curso irá preparar sujeitos autônomos para se realizarem como pessoas na relação com o outro, como profissionais no mundo do trabalho e como cidadãos na construção de um Brasil justo e honesto.”

Ao exemplificar métodos de abordagem que podem ser utilizados pelos professores, Janine Ribeiro destacou que não se pode deixar de abordar nenhum assunto importante para os jovens. “A primeira aula de conteúdo é, inclusive, sobre liberdade religiosa”, lembrou ao citar também o tema da diversidade sexual.

MUNDO DO TRABALHO - Sobre as relações que ocorrem nos ambientes profissionais, caracterizadas, muitas vezes, pela concorrência, o professor Renato Janine Ribeiro trouxe à tona o conceito de “coopetição”, originado na união das palavras cooperação e competição.

A cooperação – explicou ele – é fundamental para o estabelecimento dos laços sociais. “E a competição, essencial no mundo do trabalho, deve ser exercida dentro de um quadro ético”, completou.

Renato Caporali ainda garantiu que o ensino de ética vai cultivar o leque de valores que estão na base da vida no trabalho e debaterá os valores necessários à vida em sociedade, como democracia e liberdade econômica.

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