Em Três Lagoas (MS), o maior parque de produção de celulose a partir de eucalipto do mundo, jovens estudantes aproveitaram a imensidão da floresta para substituir o plástico por uma solução mais sustentável. Os alunos da escola do Serviço Social da Indústria (SESI) criaram um tubete biodegradável à base de celulose, que serve para substituir os modelos convencionais, atualmente produzidos com petróleo ou polímeros (as famosas garrafas PET), e são amplamente utilizados no cultivo de mudas.
Na Escola do SESI de Dourados, os estudantes abusaram da pesquisa científica para desenvolver uma tecnologia que facilita a vida de cadeirantes na hora de fazer as compras de supermercado.
Essas e outras inovações pensadas por jovens cientistas estão sendo apresentadas durante a Fetec (Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul) que, neste ano, integra a programação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o maior evento científico da América Latina, realizado entre os dias 21 a 27 de julho, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande.
Nesta edição da Fetec, a rede de ensino do SESI de Mato Grosso do Sul teve seis projetos selecionados, das escolas de Aparecida do Taboado, Naviraí, Corumbá, Campo Grande e Dourados. Os trabalhos foram elaborados pelos alunos da Iniciação Científica, projeto extracurricular do Ensino Médio do SESI para aproximar os estudantes do universo da pesquisa e inovação.
Abaixo, você confere detalhes dos seis projetos de pesquisa, e como eles podem transformar a sociedade:
1. Tubete biodegradável – Escola do SESI de Aparecida do Taboado
Confeccionado a partir de celulose reciclada associada a susbtratos orgânicos, o tubete biodegradável é uma alternativa sustentável aos modelos convencionais utilizados atualmente por produtores rurais na confecção de mudas. De fácil manejo e economicamente viável, o tubete atenderá as demandas comerciais agrícolas, e vai contribuir para minimizar o descarte de resíduos plásticos nos ecossistemas.
2. PNEUS – Escola do SESI de Naviraí
Os alunos pensaram em uma forma de dar um destino adequado aos pneus inservíveis e, ao mesmo tempo, atender a uma necessidade da escola: a construção de um parquinho ecológico a base de pneus, que servirá de apoio a diversos projetos internos, além de contribuir para o ecossistema local.
3. Solar´s Car – Escola do SESI de Corumbá
Um carrinho de rolimã alimentado por energia solar fotovoltaica e que se movimenta por meio de um motor de arranque. Movido por uma fonte de energia limpa e de baixo custo, o protótipo do projeto já chamou atenção em outras feiras Brasil afora, e também tem como objetivo inspirar e disseminar a experiência com fontes de energia sustentável.
4. Os impactos psicológicos da Modernidade Líquida – Escola do SESI de Campo Grande
Estudos do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman embasaram a escolha do tema do projeto, que tem como intuito analisar a pressão social e familiar como causa da incidência de problemas psicológicos entre adolescentes na idade escolar. A metodologia do trabalho inclui um estudo da relação do estado psíquico dos participantes com os atuais padrões de ensino brasileiro, que demandam constante renovação e empenho para garantia de um futuro universitário e profissional com aprovação social. Concomitantemente será analisada a participação e a importância da família no processo de aprendizagem, uma vez que o investimento efetuado advém da mesma e a espera de resultados é inevitável.
5. Arte e tecnologia na escola – Escolas do SESI de Dourados
A pesquisa investiga a conexão da arte com a tecnologia e sua aplicação nas escolas da cidade de Dourados, demonstrando a importância da arte na educação e apontando possibilidades pedagógicas com o uso de recursos tecnológicos para o desenvolvimento do aprendizado artístico em diferentes realidades escolares.
6. Autonomia de cadeirantes em supermercados – Escola do SESI de Dourados
O projeto tem o objetivo de desenvolver um carrinho adaptável para cadeiras de rodas, diante da dificuldade de pessoas com dificuldades de locomoção para realizar compras em supermercados. Foi criado um modelo de carrinho acoplável na cadeira de rodas para que o deficiente motor possa se locomover nesses ambientes com maior independência e acesso. A pesquisa encontra-se em fase de testes da aceitabilidade do protótipo e, visa, também a aprovação de uma lei municipal para obrigatoriedade de número mínimo de carrinhos destinados a pessoa com deficiência.