A União Europeia tem enfrentado piora do desemprego entre a população de 15 a 24 anos desde a crise de 2008. Dados de 2012 da Agência de Estatísticas da Região, a Eurostat, revelam que, dos 24,4 milhões de jovens que compõem a força de trabalho dos 28 países, 5,6 milhões estavam fora do mercado e em busca de uma nova colocação. Por trás do índice de 23%, há contrastes importantes entre as nações. No Mediterrâneo, o desemprego supera os 50% nessa faixa etária. Em dois terços dos países, a taxa é superior a 20%. Alemanha, Áustria, Noruega e Holanda mantêm-se no extremo mais baixo do ranking, com índices menores que 10%.
As dificuldades da transição da escola para o mundo do trabalho colocam desafios para os governos e as sociedades. Uma das apostas da Holanda para compor essa estratégia tem sido a educação profissional. As escolas secundárias oferecem a todos os estudantes algum tipo de formação para o trabalho. No ensino secundário, os jovens aprendem conteúdos teórico e prático. Já os que optam pela educação profissional, são capacitados dentro de empresas em atividades que ocorrem dois dias na semana.
O principal resultado disso é que boa parte da juventude já sai empregada das escolas, afirma a ministra da Educação, Cultura e Ciência holandesa, Jet Bussemaker. Ela participou da Conferência Internacional de Ministros - Educação para o Mundo do Trabalho: Educação Profissional , realizada dentro da programação da WorldSkills 2015. Mesmo com melhorias na empregabilidade, ainda há desafios a serem enfrentados. Os avanços tecnológicos estão fazendo alguns empregos desaparecer e, por outro lado, criando outros. “A educação profissional precisa conseguir responder a isso”, disse Bussemaker. Depois da reunião, ela conversou com a Agência CNI de Notícias. Confira a seguir os principais trechos.
"A educação é uma ferramenta social" - Jet Bussemaker
Agência CNI de Notícias: Qual o papel da educação profissional nas políticas para juventude na Holanda?
Jet Bussemaker: A gente sabe que a educação é uma questão muito importante para a geração mais jovem e também para preparar as pessoas para o mercado de trabalho. Mas, na minha opinião, não é só isso. A educação é uma ferramenta social. Eu tento combinar esses fatores: oferecer pessoas mais qualificadas para o mundo do trabalho, agora e nos próximos anos, e também oferecer um futuro para esses jovens. A maioria deles está em situação vulnerável e pode ter problemas. A educação é então uma forma de criar um novo futuro.
Agência CNI de Notícias: A senhora relatou que também há dificuldade de atrair jovens para as escolas técnicas. Como a Holanda consegue despertar o interesse dos jovens para optar pelo ensino técnico?
É muito importante que a educação profissional ofereça programas diferentes para os jovens. Precisamos, por exemplo, de diferentes níveis. Com a colaboração dos municípios, precisamos dar opções para pessoas em situações vulneráveis. Por outro lado, queremos também ter programas que atendam a desafios mais focados em excelência. A WorldSkills [a olimpíada mundial de profissões técnicas] é um bom exemplo para quem precisa de maiores desafios. De toda forma, o que temos sempre é que encontrar a conexão com o mundo fora da educação.
Agência CNI de Notícias: A senhora comentou que existe uma articulação de diversos setores em torno do tema. Como isso acontece?
Jet Bussemaker: Os bons resultados da educação profissional na Holanda são também fruto dessa colaboração muito próxima entre o governo e empregadores, e também os trabalhadores. Eu sou muito feliz pelo fato de haver essa cooperação. Os profissionais têm o papel de pensar no que os jovens têm de aprender para ter uma boa performance no mercado de trabalho. Isso faz parte de sua responsabilidade social e ética. Para eles mesmos, é importante também eles saberem que a educação não para com o diploma e que ela é necessária também para quem já está no mercado de trabalho.
Agência CNI de Notícias: E como a Holanda vê o futuro da educação profissional?
Jet Bussemaker: Há um grande desafio. Sabemos que alguns empregos estão sumindo devido ao desenvolvimento tecnológico. Por outro lado, esse mesmo desenvolvimento tecnológico tem criado novos empregos. Nós, da educação profissional, temos de incentivar novas dinâmicas entre a tecnologia e o sistema de saúde, com a área de design de multimídia, por exemplo. A educação profissional precisa ser responsiva a essas novas demandas tanto do mundo global como para o que as pessoas entendem ser importante para suas próprias vidas.
A WORLDSKILLS – O evento é realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pela Confederação Nacional da Indústria . A equipe brasileira é formada por 50 alunos formados no SENAI e seis no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) . Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição internacional.
LINKS RÁPIDOS
Conheça a delegação brasileira: www.senai.br/delegacaobrasileira
Informações gerais: www.senai.br/worldskills
Cobertura completa: www.portaldaindustria.com.br/senai/canal/olimpiada_noticias
Site oficial: www.worldskillssaopaulo2015.com
Tour virtual: www.escolhafuturo.com.br
REDES SOCIAIS
Facebook: www.facebook.com/olimpiadasenai
Twitter: www.twitter.com/SENAI_Olimpiada
Instagram: senaiolimpiada
Periscope: SENAI_olimpiada
Snapchat: SenaiOlimpiada
