Educação profissional para a era da tecnologia

Ferramentas digitais preparam estudantes para uma indústria cada vez mais automatizada. Além de simuladores, escolas do SENAI testam softwares de imersão nos espaços de trabalho

As novidades tecnológicas estão mudando a forma de ensinar nas escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). As unidades utilizam softwares que simulam atividades da indústria, como manejo de máquinas de colheita, de empilhar materiais e de escavar terrenos, e agora testam a inclusão de ferramentas de realidade aumentada, de manipulação por gestos e as cavernas digitais. Elas permitem a visualização e interação com objetos em 3D e a imersão virtual do futuro profissional nos espaços de trabalho, por exemplo, plataformas de petróleo.

Todas essas ferramentas estão na exposição Educação do Futuro, aberta ao público até 17 de novembro no Anhembi, em São Paulo. Ela faz parte da Olimpíada do Conhecimento do SENAI, que é a maior competição de educação profissional da Américas.

A inserção de tecnologia nos currículos escolares de educação profissional, além de permitir o treinamento de habilidades e prever erros futuros, prepara o estudante para situações de risco e acidentes. Outro ponto é a aproximação dos alunos com plataformas digitais. “A tecnologia de base microeletrônica está reconfigurando a atuação nas fábricas. Isso determina novos requisitos e competências técnicas na formação profissional. O mercado de trabalho exige cada vez mais o uso de programas de computadores e equipamentos tecnológicos”, diz o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

INDÚSTRIA DO FUTURO – Se antes o molde para a fabricação de uma peça era desenhado no papel. Hoje, o projeto é feito com o uso de software CAD (Projeto Auxiliado por Computador), que antecipa problemas que só seriam percebidos na fabricação. A construção de um produto também mudou. O uso de máquinas de prototipagem que funcionam como uma impressora 3D de peças desenvolvidas no computador. Com essas máquinas, um modelo de 500 gramas demorava três semanas para ficar pronto, por exemplo, seja feito em cerca de sete horas.

“A evolução científica caminha para máquinas mais leves, mais eficientes, e capazes de resolver situações complexas”, diz Lucchesi. A história da automatização da indústria e o que virá nos próximos anos está sendo apresentado no espaço Indústria do Futuro da Olimpíada do Conhecimento. Lá o público poderá conhecer as novidades que estão chegando ao setor de aviação. São dois robôs desenvolvidos pela Embraer e pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), K-210 e K-500, capazes de montar a fuselagem de um avião, processo que atualmente é feito de forma manual.

MERCADO DE TRABALHO – Das 54 ocupações que estão na Olimpíada do Conhecimento, 15 são formações que exigem domínio de matemática aplicada, programação de computadores e uso de softwares, como mecatrônica, eletrônica industrial e sistema de transporte de informação. Levantamento do SENAI aponta que, até 2015, serão 204.632 novas vagas nessas áreas – representa 20% do total que deverá ser criado na indústria nesse período, 1,1 milhão.

Hoje, as ocupações tecnológicas empregam 581.584 trabalhadores. A remuneração média de quem entra no setor é de R$ 2.100, chegando a R$ 6 mil aos dez anos de carreira. O diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, destaca que a expectativa é de valorização cada vez maior, uma vez que esses profissionais atuam em áreas fundamentais para a competitividade da indústria.

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