“Por que não criar um ambiente que favoreça a inovação e compartilhar a prosperidade gerada nele?” - A pergunta é de Sethuraman Panchanathan, professor, vice-presidente sênior de desenvolvimento de conhecimento empresarial da Universidade Estadual do Arizona (ASU/EUA) e entusiasta da proteção ao conhecimento aplicada a uma visão de negócios. Durante sua palestra no 6º Congresso de Inovação da Indústria, que aconteceu em 14 de maio em São Paulo (SP), o especialista falou sobre a importância da propriedade intelectual (PI) e os desafios que esse tema tem pela frente no Brasil.
Para Sethuraman Panchanathan, a superação de uma noção protecionista sobre a propriedade intelectual é fundamental para o fortalecimento da cultura de proteção ao conhecimento. “A propriedade intelectual é sobretudo uma ferramenta que atrai a indústria, gera retorno de investimentos, viabiliza negócios, parcerias, produtos e serviços”, ressaltou o representante da ASU.
O impacto econômico da propriedade intelectual na economia do Brasil também deve ser mensurado e levado em consideração na elaboração de leis e políticas públicas do país, defendeu Sethuraman Panchanathan. “Em termos de criação de empregos, as start-ups e pequenas e médias empresas dos EUA criam 20% dos postos de todo o país. Se isso não for uma lição para todos nós em termos de crescimento da economia e inovação, perderemos oportunidades reais de promover impacto econômico”, disse o especialista.
O elefante na sala e o amadurecimento da PI
Nesse sentido, garantir a segurança jurídica de empreendedores, empresas e investidores torna-se uma condição essencial segundo Panchanathan. ‘O problema é quando a propriedade intelectual é vista como um obstáculo e não como uma ferramenta impulsionadora”, explica representante da ASU.
Outro equívoco que precisa ser combatido no Brasil é a noção de que toda criação deve ser protegida. “Depende da natureza do produto, do seu modelo de negócio, da sua aplicação, possível valor de mercado e de outros fatores. Os registros não são necessários em todos os casos”, lembrou Sethuraman Panchanathan. O professor compara a (não) aplicação equivocada da propriedade intelectual à inadequação de um elefante na sala.
“Impulsionada pelas demandas do mercado e pela pesquisa, a indústria deve ter no universo acadêmico e na sociedade parceiros em favor da inovação que, por sua vez, deve estar subsidiada pelas devidas garantias de propriedade intelectual”, defende o especialista. Segundo Panchanathan, a promoção de diálogos entre essas esferas é benéfica para o crescimento econômico do país. “É preciso celebrar acordos, promover a pesquisa e traduzir algumas das descobertas em propriedade intelectual, uma noção que ainda precisa ser amadurecida em muitas universidades”, concluiu o professor.
Saiba mais sobre os debates de propriedade intelectual do 6º Congresso de Inovação da Indústria