Quase metade do setor de construção reclama de falta ou alto preço de insumos

Sondagem Indústria da Construção mostra que o problema atinge 47,3% das indústrias da construção civil. Esse é o sexto trimestre consecutivo que o problema aparece em destaque

A falta ou o alto preço dos insumos e da matéria-prima são apontados como os principais problemas enfrentados por 47,3% das indústrias da construção civil no quarto trimestre de 2021. É o que mostra a Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse fato preocupou o setor durante segunda metade de 2020 e todo o ano de 2021. Os dados mostram que o problema foi mais disseminado, quando atingiu 57,1% das empresas entre janeiro e março do ano passado, mesmo assim, o volume de indústria que precisam lidar com ele ainda é bastante elevado. Foram entrevistadas 434 empresas entre 3 e 14 de janeiro de 2022.

“O percentual de empresas que assinalou a falta ou o alto custo de matéria-prima como o principal problema caiu 9,8 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre de 2021. É o menor patamar em relação ao observado nos trimestres anteriores. O problema começou a ceder, mas ainda é bastante relevante, porque foi justamente isso que limitou a atividade do setor no passado. É importante deixar claro que essa queda não significa que esse problema está superado”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

O índice do preço médio dos insumos da indústria da construção ficou em 70 pontos no último trimestre de 2021, uma queda de 7,5 pontos em relação ao trimestre anterior. É o segundo trimestre consecutivo em que há uma desaceleração do ritmo de aumento de preços dos insumos e matérias-primas. Mesmo assim está muito elevado. O índice varia de 0 a 100 e valores acima de 50 pontos indicam aumento do preço dos insumos. Quanto mais distante de 50 pontos e mais próximo de 100, maior é o aumento. No primeiro trimestre de 2020, o índice estava em 55,6 pontos.

Utilização da capacidade operacional é a maior em sete anos

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) ficou em 66% em dezembro de 2021. Esse patamar é superior ao registrado nos últimos sete anos e equivalente ao nível de utilização da capacidade observado em novembro de 2014, quando a indústria da construção se encontrava em um ciclo de forte crescimento.

Construção segue confiante, mas ainda não recuperou nível de otimismo pré-pandemia

O Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da indústria de construção avançou 0,3 ponto, para 55,8 pontos. Por estar acima da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, o índice é indicativo que os empresários estão confiantes. O nível de confiança, entretanto, está abaixo do observado em janeiro de 2020 e 2019, quando o ICEI registrava, respectivamente, 64 pontos e 63,7 pontos.

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