O então presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, realizou a palestra Desafios de uma Nação: o Resgate da Pátria Amada Brasil, na última sexta-feira (22), em reunião na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Antes do evento, Mourão foi recebido por um grupo de industriais liderados pelo presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
“O presidente Jair Bolsonaro assumiu com a importante tarefa de criar confiança em seus governados. O primeiro passo para isso foi reduzir o número de ministérios, que foram montados sem influência política”, disse Mourão.
Hamilton Mourão ressaltou que as contas públicas seguem deterioradas e, por isso, o Brasil precisa de um forte ajuste fiscal, que começa pela implantação de uma Agenda da Produtividade. Nela está incluída a reforma do sistema tributário, definido por ele como “caótico”. Lembrou que, atualmente, a carga tributária brasileira atinge 33% do PIB, quando o ideal seria reduzi-la para algo em torno de 20%.
Outros pontos destacados por Mourão na palestra foram a importância do país se abrir mais para o comércio mundial e o programa de privatizações que o governo começa a implantar. “Temos de ficar apenas com o que for necessário, hoje temos cerca de 150 estatais”, observou ele, que considerou um sucesso a concessão de 12 aeroportos para a iniciativa privada, realizada na semana passada, e que outros leilões deverão ocorrer nas áreas de energia e infraestrutura. “É necessário lidar com excesso de medidas regulatórias e conter a cultura burocrática do país”, acrescentou.
Ainda, de acordo com o presidente em exercício, somente com a reforma do Sistema Previdenciário o Brasil passará a confiança necessária aos investidores. O general admite que este é um tema trabalhoso, que exigirá do governo “clareza de propósitos, determinação para levar adiante e paciência para negociar”.
SEGURANÇA - Mourão falou também que, na questão da segurança, há a necessidade de se endurecer a legislação para combater o crime, aumentar o investimento para tornar a polícia mais tecnológica e melhorar o controle nas fronteiras. O governo Bolsonaro, segundo Mourão, não se desvincula das questões sociais, e sabe da necessidade de melhorar a vida dos brasileiros, especialmente nos “cinturões de pobreza”. “O presidente Jair Bolsonaro nunca será uma ameaça para a democracia, ele não pensa em reeleição, apenas nas próximas gerações”, sublinhou.
O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, destacou que as oportunidades se abrem para o acolhimento de propostas que impulsionam as transformações, começando pelas reformas estruturais. “O Brasil que queremos é um país educado, saudável, seguro, e desenvolvido, ou seja, uma nação onde se cumpram essas que são as funções originais do Estado: educação, saúde, segurança, e a promoção do desenvolvimento”, disse, acrescentando que este último, a exemplo dos países mais prósperos no cenário internacional, inclui a cultura da valorização dos empreendedores, que arriscam até patrimônio para gerar empregos, e de seus empreendimentos.
“Essa valorização passa, além de outros fatores, pelo investimento que o setor industrial faz nas pessoas, através do Sesi e do Senai. Essas duas instituições estratégicas – SESI e SENAI – custeadas pelo setor privado, garantem que a indústria aqui estabelecida se mantenha e cresça no ranking da competitividade mundial”, afirmou Petry.
O governador Eduardo Leite falou do “apoio incondicional” de governadores dos Estados do Sul e do Sudeste à Reforma da Previdência. “O ajuste nas contas é essencial para dar mais impulso à economia”, observou.
Também estiveram presentes no evento o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior; o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do RS, Carlos Eduardo Zietlow Duro; o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, além de autoridades políticas e lideranças empresariais.