Mais de 700 empresários do BRICS buscam integração econômica

A CNI organiza o Encontro Empresarial do BRICS para aprimorar a pauta do comércio e investimento entre os cinco países membros

Os empresários do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul trabalham pelo fortalecimento da integração econômica entre os países que formam o BRICS. Na segunda-feira (14), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) organiza o Encontro Empresarial do BRICS, o Business Network e o Conselho Empresarial do BRICS, com o objetivo de melhorar a pauta do comércio e o investimento entre os cinco países. 

Os três eventos ocorrem no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza, às vésperas da reunião dos chefes de estado dos cinco países. A expectativa é que o Business Network, a rodada de negócios que reunirá 602 empresas, movimente US$ 3,9 bilhões. Há interesses nas áreas de agronegócios, infraestrutura, logística e equipamentos de transporte, mineração, máquinas e equipamentos, tecnologia da informação, farmacêutico e equipamentos médicos, energia e economia verde. “Nossa prioridade é buscar uma agenda pragmática. Queremos que o BRICS avance e aproveite a aliança política para reforçar a agenda econômica. Conhecemos todos os desafios e as diferenças entre nós. Mas poderemos ser úteis uns aos outros se trabalharmos juntos”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. 

Dentro das recomendações aos governos, os empresários dos cinco países defendem a aceleração da criação do Banco de Desenvolvimento do BRICS para promover e facilitar o comércio, negócios e investimentos. Também entendem que é necessário facilitar a emissão de vistos para viajantes a negócios, reduzir barreiras não tarifárias, como restrições técnicas e fitossanitárias, eliminar obstáculos ao comércio, além do engajamento dos chefes de estado para solucionar problemas relacionados com políticas de comércio entre o BRICS, como dumping e subsídios. 

Entre as propostas empresariais aparece ainda o aumento das transações em moeda local, com a infraestrutura financeira, sistema de liquidação e o envolvimento dos bancos centrais para reduzir o uso de moeda fora do grupo nas transações comerciais e de investimentos do BRICS. Por fim, os empresários defendem a eliminação de subsídios à exportação na agricultura.

A FATIA DO BRASIL – O comércio entre o Brasil e os demais países do BRICS cresce sem parar, principalmente pela participação da China. Em 2013, a corrente de comércio brasileira com as demais economias do grupo foi de US$ 101 bilhões, representando 21% da corrente de comércio brasileira com o mundo. Em 2008, esse percentual era de 14%. No ano passado, o BRICS foi o segundo bloco mais importante para as exportações brasileiras atrás apenas dos países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). 

No entanto, do total, US$ 84 bilhões foram negócios com a China, o que torna a pauta brasileira com o BRICS concentrada em poucos produtos primários. Mais de 70% das exportações nacionais para aqueles países são de soja, minério de ferro, óleo combustível bruto. O inverso ocorre com as importações. Cerca de 95% da pauta de importações do Brasil é de produtos manufaturados. A CNI entende que uma maior aproximação do Brasil com o BRICS deve agregar valor às vendas externas do país. 

FOTOS - Acompanhe a cobertura fotográfica do evento no Flickr da CNI. As fotos são de José Paulo Lacerda. 

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