Faturamento da indústria sobe em dezembro e emprego segue em recuperação, mostra CNI

Atividade industrial continua em trajetória de crescimento. As contratações subiram pelo quinto mês consecutivo

Os Indicadores Industriais, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que o faturamento da indústria de transformação subiu 1,6% em dezembro na comparação com o novembro de 2020. Mesmo com a pandemia, as vendas reais encerraram o ano com alta de 0,8% em relação a 2019. A pesquisa identificou ainda que o emprego aumentou 0,2% em dezembro em relação ao mês anterior. Esse foi o quinto mês consecutivo com alta nas contratações do setor industrial. 


“O resultado de dezembro mostra a continuidade da recuperação da indústria que teve início logo após as fortes quedas de maio e abril”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.


Além disso, de acordo com os dados, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria alcançou 80,6% em dezembro, acima da média no ano. Em 2020, a UCI média foi 76,4%. Esse indicador trata do percentual de máquinas comprometidas na produção, o que, em dezembro, aponta para atividade bastante aquecida.

De acordo com Azevedo, os Indicadores Industriais mostram que a recuperação durou todo o segundo semestre. Os dados não apontam para um setor sem problemas no pós-crise, mas mostram que indústria conseguiu reagir à pandemia. No entanto, a recuperação econômica ainda não está consolidada.

Horas trabalhadas registram alta pelo oitavo mês consecutivo

O índice de horas trabalhadas na produção registrou alta de 2,5% em dezembro de 2020 na comparação com novembro. É a oitava alta consecutiva do índice, que acumula crescimento de 38% no período.

No entanto, a massa salarial paga pela indústria caiu 0,8% em dezembro de 2020 na comparação com novembro de 2020. E o rendimento médio pago aos trabalhadores da indústria recuou 3,4% em dezembro de 2020 na comparação com novembro de 2020.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a queda na massa salarial e na renda em dezembro são resultado do que ocorreu nos meses mais críticos da pandemia. Em anos típicos, normalmente há o pagamento de 13º salários e um maior número de férias em dezembro de cada ano, o que aumenta a massa salarial e os rendimentos pagos aos trabalhadores. 

“Devido a pandemia, em 2020, tivemos uma antecipação de férias, férias coletivas e pagamento de 13º salário para lidar com os problemas da pandemia. Dessa forma, esses pagamentos foram efeitos ao longo do ano, sobretudo nos meses mais críticos da pandemia, e por isso a queda em dezembro”, explica o economista. 

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