Faturamento da indústria cai 6,3% em março, aponta CNI

Resultado apresenta maior retração mensal desde novembro de 2008

A indústria brasileira faturou 6,3% menos em março em relação a fevereiro. É a maior retração mensal desde novembro de 2008, segundo a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quinta-feira (8) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Com exceção do emprego, todos os indicadores apresentaram retração na comparação mensal: faturamento real (-1,6%), horas trabalhadas (-2,4%), massa salarial real (-2,4%) e rendimento médio real dessazonalizado (-0,6%). Em média, a indústria operou com 80,9% da capacidade instalada, uma queda de 1 ponto percentual sobre o índice do mês anterior.

O fato do carnaval ter sido em março colaborou para a desaceleração em relação a fevereiro - influenciou positivamente os números de fevereiro e negativamente os de março. Único indicador que apresentou variação positiva na comparação mensal, o emprego cresceu 0,3%. "O emprego é uma variável menos sensível a sazonalidades, como o carnaval. Em março começa a ter uma recuperação, mesmo que suave. O indicador pode estar demonstrando uma melhor expectativa da indústria em relação ao restante do ano", afirma o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

No entanto, em entrevista ao Portal da Indústria , Renato da Fonseca disse que o crescimento do setor em 2014 não deve ser dos melhores. Ouça aqui:

ALTA NO TRIMESTRE - Considerando a comparação do primeiro trimestre contra o mesmo período de  2013, o faturamento real subiu 2,7%. Na mesma base de comparação, também estão mais positivos os indicadores de emprego e rendimento. O nível de emprego está 1,7% superior ao do primeiro trimestre de 2013 e o rendimento médio real, 3,7%. A massa salarial subiu 5,5%. As horas trabalhadas na produção encontram-se praticamente estáveis (-0,1%). "O aumento do faturamento e a estabilidade das horas trabalhadas pode ter ocorrido em função da utilização de componentes importados pela indústria. A competitividade do Brasil ainda é muito baixa", ressalta Renato da Fonseca.

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